Novo centrão quer ser indispensável em 2019, seja quem for o presidente
Centrão incontornável A união de PP, DEM, PRB e Solidariedade não mira só as eleições de 2018. O grupo, que ainda trabalha para atrair PTB e PR, quer se estabelecer como bloco partidário indispensável à governabilidade de qualquer que seja o presidente eleito. Somadas, as seis siglas chegam hoje a 181 deputados. A adesão daria a eles peso para desequilibrar a corrida deste ano —e também para se proteger: se escolherem o candidato errado, terão um tamanho que assegura assento na mesa de negociação do vencedor.
Compasso de espera O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é pré-candidato ao Planalto e está à frente das negociações, mas sabe que o ponto central do acordo com as demais siglas é só definir o herdeiro do apoio do grupo entre junho e julho. Como publicado no sábado (11), ele é um dos escalados para falar com PTB e PR.
Biombo Neste momento, PP e SD usam o que chamam de “pré-apoio” a Maia como rede de proteção à ofensiva de nomes como Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Michel Temer (MDB), que tenta se posicionar como árbitro da própria sucessão.
Para a plateia Até a definição, Maia tem carta branca para rodar o país e divulgar suas ideias. Nesse cenário, dirigentes da Força Sindical sugeriram que o deputado encampe projeto que aumenta de cinco para sete o número parcelas do seguro-desemprego.
Mesma moeda O PSDB começou a monitorar com lupa a atuação parlamentar de Jair Bolsonaro (PSL). Os tucanos repararam que o presidenciável, que abocanhou eleitores de Alckmin em SP, votou contra o cadastro positivo na semana passada. Disseminaram nas redes que ele escolheu o lado do PT.
Reforço Senadores engrossaram a mobilização para pressionar a Câmara a acelerar a tramitação da proposta extingue o foro especial para todas as autoridades.
Reforço 2 Esses parlamentares dizem que vão ajudar os líderes da Câmara a convencer Temer a suspender temporariamente a intervenção federal no Rio para votar o projeto. A ideia é que o texto não seja modificado pelos deputados para evitar que ele volte ao Senado, onde foi aprovado em 2017.
Esperem sentados Dirigentes do PT estão dispostos a adiar ao máximo o debate sobre o nome que ocupará a vaga de vice na chapa presidencial da sigla. Fazer isso agora seria o mesmo que apontar o substituto de Lula, dizem.
Clubinhos O avanço da Operação Câmbio, Desligo tem potencial para lançar luz sobre esquemas nos quais a Lava Jato já esbarrou em diversos estados do país. No RS, por exemplo, o MPF prendeu 4 irmãos da família Albernaz Cordeiro. Um deles, Athos, era presidente de duas associações ligadas à construção civil.
Quem diria? Em pedido de liberdade provisória, a defesa de Jorge e Raul Davies, dois dos doleiros presos na Câmbio, Desligo, alega que a competência sobre o casos deles deveria ser da 13ª Vara Federal de Curitiba, de Sergio Moro —o terror dos réus da Lava jato. Hoje, ambos estão nas mãos de Marcelo Bretas, do Rio.
Engatinhando As reuniões em que a AGU (Advocacia-Geral da União) debate alternativas ao auxílio-moradia com associações de juízes e procuradores ainda não chegaram a uma proposta concreta. No último encontro, foram pedidos diversos estudos.
Quem dá mais Um dos levantamentos pretende estimar o custo do auxílio-moradia de todas as magistraturas —estaduais e federal— para fazer uma comparação com o quanto pesaria à União o desembolso de uma parcela indenizatória por tempo de serviço na magistratura e no MP.
Balança Para fazer a defesa do privilégio, juízes pediram que fosse calculado quanto a União deixou de pagar em reajuste salarial à categoria —que diz estar há cinco anos sem aumento. Só com os dados em mãos é que eles vão elaborar suas propostas.
Tiroteio
Bolsonaro quer ser presidente no voto. Em 1969 ele era menino e jogava bola na rua em Eldorado. Parem de safadeza!
Do deputado Major Olímpio (PSL), aos que usaram o texto de 1974 da CIA sobre execuções na ditadura para criticar o presidenciável