Alckmin mantém Bolsonaro sob pressão e mira PT em busca de eleitor antipetista
Alvo duplo A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) vai manter Jair Bolsonaro (PSL) sob forte artilharia, mas também planeja iniciar em breve ataques mais incisivos contra o PT, numa tentativa de recuperar a simpatia de eleitores antipetistas que trocaram os tucanos pelo capitão reformado do Exército. Pesquisas feitas pela equipe de Alckmin com grupos de indecisos para avaliar a repercussão dos primeiros programas de televisão indicaram que o tiroteio causou avarias no apoio a Bolsonaro.
Lição de casa Os levantamentos do PSDB foram realizados em três capitais, São Paulo, Goiânia e Recife. Outros adversários de Bolsonaro fizeram estudos semelhantes, alcançando as mesmas conclusões.
Próximo passo Se a estratégia para fazer o deputado desidratar der certo, Alckmin e Henrique Meirelles (MDB) se preparam para subir o tom de suas propostas para segurança pública e combate à violência, o principal tema de Bolsonaro.
Deixa quieto Alckmin não quer saber de confronto jurídico com o PT agora. Decidiu não recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral para impedir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aparecer nos programas do partido.
No limite A direção do PT define nesta segunda (3) a estratégia para recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do TSE que tirou Lula da corrida eleitoral. Haverá reuniões com advogados e o ex-presidente, preso em Curitiba.
Resta um Como os ministros do STF com assento no TSE não devem, preferencialmente, assumir a relatoria de eventual recurso do caso ao Supremo, há mais chances de uma apelação do PT ir parar na Segunda Turma da corte. Luís Roberto Barroso e Rosa Weber compõem a Primeira Turma.
Fica a dica Em sua tese de doutorado sobre tratados internacionais de direitos humanos, defendida na Universidade de São Paulo em 1981, o ministro Ricardo Lewandowski seguiu linha semelhante à que Edson Fachin adotou ao votar a favor de Lula no TSE.
Fica a dica 2 Na dissertação acadêmica, Lewandowski escreveu que países signatários de pactos internacionais se comprometem a cumprir todas as disposições dos acordos. No caso de Lula, o TSE decidiu à revelia de comitê da Organização das Nações Unidas que opinou a favor do petista.
Calendário Prestes a assumir a presidência do STF, o ministro Dias Toffoli indicou a colegas que pretende retomar a discussão sobre prisões após condenação em segunda instância no início de 2019, na volta do recesso de fim de ano.
Reverência O gesto tem como alvo principal o ministro Marco Aurélio Mello. Relator das ações que questionam a orientação da corte sobre o assunto, ele cobra há meses a definição de uma data para julgamento da questão no plenário.
Passa no RH Toffoli, que assume o STF no dia 13, decidiu manter pelo menos três integrantes da cúpula administrativa do tribunal, o diretor-geral e os chefes das secretarias responsáveis por segurança e relações internacionais.
Sob pressão Um aliado do ex-deputado Valdemar Costa Neto, chefe do PR, tenta abrir nova frente na disputa travada há meses pelo governo com o Tribunal de Contas da União em torno do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
Em nome dele Na quarta (29), o deputado Edson Moreira (PR-SP) ingressou na Justiça com ação popular contra o TCU, para forçá-lo a rever decisão que impede a reabertura do terminal para voos entre estados. A medida interessa à estatal Infraero, que administra Pampulha e é feudo do PR.
Pires na mão Candidato em Pernambuco a uma vaga na Câmara, Túlio Gadêlha (PDT) escolheu uma churrascaria do Rio para jantar de arrecadação de fundos destinados à sua campanha, nesta segunda (3). Uma doação mínima de R$ 150 garante lugar à mesa.
RSVP A jornalista Fátima Bernardes, apresentadora da TV Globo e namorada do candidato, distribuiu o convite a amigos e chamou todos para conhecer as ideias de Gadêlha.
TIROTEIO
Nosso objetivo é dar estabilidade e legitimidade ao pleito. O PT claramente coloca seus interesses acima dos do eleitor
De João Amoêdo, candidato à Presidência pelo partido Novo, sobre ação movida contra aparição de Lula nos programas eleitorais do PT
Erramos: o texto foi alterado
A redação da nota "Resta um" foi alterada para corrigir um erro de informação. Ao contrário do publicado inicialmente, os três ministros do Supremo que atuaram no julgamento do pedido do registro de Lula no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não estão impedidos de participar de nova análise do caso no STF. O regimento da corte apenas desencoraja que eles sejam relatores de eventual recurso.