Com rejeição em alta, Doria grava peça para explicar saída da prefeitura
Aqui me tens de regresso Pressionado pelo cenário que aponta para disputa mais acirrada do que aliados projetavam inicialmente, João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, vai tentar atacar a principal fonte da rejeição do eleitorado ao nome dele: a saída precoce da prefeitura paulistana. O tucano já gravou peça para o horário eleitoral, que começa na próxima semana, na qual, em tom ameno, oferece uma explicação para a decisão que tomou. A cena foi submetida a testes para medir sua aceitação.
Coringa Aliados de Doria dizem que os detalhes da peça são mantidos em sigilo. O filme é um dos mais estratégicos para a campanha do tucano e deve ser exibido logo no início da propaganda na TV e no rádio para tentar conter a insatisfação do paulistano. A rejeição do candidato, segundo o Datafolha, está hoje em 32%.
Xô, pessimismo Quem conversa com o ex-prefeito diz que ele está ciente de que a disputa será complexa, mas lembra que ainda lidera as pesquisas e que as chances de vitória continuam sendo altas.
Creio em milagre Aliados do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), dizem apostar em uma recuperação nas pesquisas em até 12 dias de propaganda na TV. O horário eleitoral costuma ter mais audiência na reta final da disputa, o que pode dificultar o cumprimento da meta.
Arsenal de guerra As principais armas da comunicação do tucano são as inserções. Ele é dono de quase metade de toda a publicidade eleitoral. Terá 434 propagandas de 30 segundos. Todos os demais concorrentes, juntos, terão 537.
Há limite A direção do PT e líderes de movimentos sociais fizeram um apelo para que os sete militantes que estão em greve de fome pela liberdade de Lula há 25 dias suspendam o protesto. Há expectativa de que o fim da greve seja anunciado no sábado (25).
Há limite 2 Os petistas tentam convencer os manifestantes de que, mesmo que o STF não tenha atendido o pleito de julgar a revisão da prisão em segunda instância, eles desempenharam seu papel e conseguiram chamar a atenção dos ministros para a causa.
Há limite 3 Hoje, o temor é o de que, com a saúde debilitada, o protesto acabe em tragédia.
In loco Relator do pedido de registro de Lula na campanha presidencial, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF e do TSE, recebeu, nesta quinta (23), comitiva da OEA (Organização dos Estados Americanos) que veio observar a eleição brasileira.
Meia palavra basta A missão internacional é chefiada pela ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla. Quem acompanhou a conversa diz que “tudo o que há de importante foi abordado”.
Disposto O resultado do Datafolha animou Lula. A quem o visitou na prisão, ele disse que se vê mais forte e reafirmou que vai até o limite para se manter na disputa.
Relembrar é viver Alvaro Dias (Podemos), que disse em entrevista à Folha que abriu mão de privilégios, inclusive aposentadorias, na verdade solicitou, em 2010, pagamento de pensão vitalícia ao seu estado, o Paraná, por ter sido governador de 1987 a 1991.
Deu ruim Dias chegou a receber repasse de R$ 24 mil por dois meses, mas parecer da Procuradoria do Estado considerou o pagamento ilegal, fazendo o governo suspender o benefício. Ele não recorreu.
Nova chance Hoje, segundo o sistema do Congresso, Dias está habilitado a receber aposentadoria de parlamentar. Os repasses são suspensos, por lei, quando o político está em exercício de mandato, caso dele, que é senador.
Nada consta A assessoria de Dias disse que, à época, ele esclareceu ter solicitado a pensão para doar o dinheiro à caridade. “Duas entidades sugeriram, e ele pediu, mas não havia recebido antes e não recebeu nada depois. Abriu mão.” Sobre a pensão do Senado, informou que ele nunca embolsou nenhum valor.
TIROTEIO
O Brasil está complicado. Vivemos tempos psicodélicos. Mas vale esperar que o brasileiro tome juízo
De Carlos Velloso, ex-presidente do TSE, sobre o Datafolha mostrar que, mesmo com Lula preso, a preferência dos eleitores pelo PT cresceu