Planalto critica ofensiva de Meirelles sobre Alckmin e diz que ação foi à revelia de Temer
Pergunte no posto Ipiranga Aliados de Michel Temer avisam que o Planalto não ficou satisfeito com a ofensiva patrocinada pela campanha de Henrique Meirelles (MDB) sobre a coligação de Geraldo Alckmin (PSDB) no Tribunal Superior Eleitoral. Nem o presidente nem seus principais auxiliares foram consultados a respeito da estratégia. Eles avaliam que a ação judicial tende a ser ineficaz e que criará desgaste desnecessário entre o governo e os partidos do centrão, que dão sustentação à base de Temer no Congresso.
Voz da experiência Os aliados de Temer dizem que nem João Henrique Sousa, homem de confiança do presidente e coordenador político da campanha presidencial de Meirelles, foi ouvido. Em conversas privadas, Temer disse duvidar que o TSE desmonte a coligação tucana com base apenas em falhas formais.
Tiro no pé? Como o Painel mostrou na sexta (17), a campanha de Meirelles identificou erros na documentação apresentada ao TSE por siglas que apoiam Alckmin. A impugnação já foi feita. Advogados eleitorais e ex-integrantes da corte concordam com a opinião de Temer e acham improvável o tribunal levar a questão adiante.
Vim para confundir O TSE decidiu não decidir sobre como o percentual de 30% do fundo eleitoral deve ser repassado pelos partidos políticos às candidaturas femininas. A corte não quis se debruçar sobre a tese. Alegou que o processo eleitoral já começou e que não poderia antecipar juízo.
Fica a dica Na decisão, o tribunal registrou manifestação de sua área técnica. O texto diz que os partidos só podem usar o dinheiro reservado às mulheres se elas forem cabeça de chapa, e não se ocuparem vaga de vice ou suplente.
Undécima hora Os advogados de Lula querem entregar a defesa do petista no TSE no limite do prazo, às 23h59 do dia 30. Nesta semana, eles voltam ao tribunal para reuniões individuais com os ministros.
Não custa tentar Cristiano Zanin e Valeska Martins, responsáveis pela defesa criminal de Lula, devem pedir audiência com o ministro Luís Roberto Barroso, relator do registro da candidatura presidencial do petista. Tema: o documento emitido pela ONU.
Regra do jogo Especialistas em regimento do TSE dizem que o ministro Luís Roberto Barroso pode abrir mão dos prazos para verificação de provas e alegações finais, acelerando a chegada do pedido de registro de Lula para julgamento no plenário da corte.
Calendário A defesa do petista precisa entregar seus argumentos até o dia 30 deste mês. Depois, o Ministério Público terá dois dias para se manifestar. Se o órgão encaminhar sua petição no menor prazo, dia 31 –uma sexta-feira–, o registro de Lula já poderá ser levado ao plenário na primeira semana de setembro.
Linha de chegada O horário eleitoral gratuito na TV e no rádio começa dia 31.
Menos um Em sessão da corte especial do STJ, o ministro Benedito Gonçalves votou contra a restrição do foro especial para desembargadores, classe que hoje tem casos analisados pela corte. O julgamento foi interrompido. O ministro Luís Felipe Salomão pediu vista.
Dispersão Na reunião desta segunda (20) para tratar da situação dos venezuelanos em Roraima, integrantes do governo disseram ter identificado locais que podem abrigar refugiados em estados do Sul e do Sudeste. As autoridades pregam agilizar o processo de deslocamento.
Dispersão 2 A avaliação é a de que essas regiões, mais ricas, poderiam incorporar os venezuelanos no mercado de trabalho com mais facilidade. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados auxilia na busca.
Barbárie Após os conflitos em Pacaraima (RR), autoridades locais receberam mensagens com ameaça de novos motins contra os refugiados. O mote “fora venezuelanos” foi usado como palavra de ordem.
TIROTEIO
O Brasil não pode ceder à xenofobia e tolerar agressões contra quem foge de um regime que nega os direitos mais básicos
De Maria Laura Canineu, da Human Rights Watch Brasil, sobre os ataques da população de Roraima a imigrantes venezuelanos