Por atrair rejeição de Temer e facilitar traições, Meirelles começa a angariar simpatia

Toma que o filho é teu Eventual lançamento de Henrique Meirelles (MDB) como candidato ao Planalto passou a ser visto com simpatia por partidos da base de Michel Temer. Motivo: ao se tornar o homem do presidente na disputa, ele diminui a pressão sobre aliados que fizeram a defesa do governo no Congresso, mas querem se distanciar de seu legado. Entre emedebistas, também há alívio. Se fosse para a disputa, Temer poderia reivindicar apoio nos estados. Cristão novo, Meirelles não terá como fazer o mesmo.

Sem laços Caciques do MDB avaliam que, com Meirelles candidato, ficará muito mais fácil justificar a sobreposição dos acertos locais à eleição nacional do que com Temer, que está à frente do partido há quase 20 anos.

Para ontem Dirigentes do partido esperam que o presidente reúna os diretórios estaduais nos próximos dias para comunicar oficialmente que não será candidato.

Para bom entendedor… Em almoço com a bancada do PSDB, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou recolocar sua relação com a sigla em um patamar positivo. Fez o gesto depois de tecer críticas à aliança de sua legenda com o tucanato.

… meia palavra basta Maia teve sucesso na missão. Deputados saíram do encontro com a impressão de que ele já começou a trabalhar para se manter à frente da Câmara em 2019. Hoje, ele é pré-candidato à Presidência.

Sem espaço vazio Aliados de Jair Bolsonaro (PSL) estão organizando um encontro do presidenciável com deputados no dia 23. O anfitrião será Onyx Lorenzoni, do DEM.

Estica e puxa Dirigentes de partidos que tentam abrir caminho a uma alternativa na eleição presidencial narram a dificuldade de chegar a um consenso. PRB e PR resistem muito a aceitar o nome de Ciro Gomes (PDT).

Estica e puxa 2 No grupo, Álvaro Dias (Podemos) é visto como individualista e Geraldo Alckmin (PSDB) é alvo de dúvidas sobre sua viabilidade.

De dentro para fora Irritada com insinuações de que Alckmin deveria ser substituído na corrida eleitoral, a cúpula do PSDB avisa que não há possibilidade de isso ocorrer. O problema é que quadros do próprio partido têm feito ponderações nesse sentido.

Quero saber A XP Investimentos encomendou pesquisa eleitoral. Segundo registro no TSE, os resultados do levantamento deverão ser divulgados a partir de terça (22). Mil eleitores serão questionados sobre três cenários para o primeiro turno.

Quero saber 2 Na pesquisa da corretora, o PT não tem candidato em um dos cenários. O nome de Lula é oferecido em um segundo e o de Fernando Haddad em um terceiro.

Bancada da bala A Federação Nacional dos Policiais Federais apresentará 30 candidatos ao Congresso no dia 22. Nomes que se notabilizaram em prisões da Lava Jato, como Lucas Valença, o “lenhador da Federal”, ficaram de fora.

Nova direção Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho será o novo secretário da Fazenda de São Paulo. Funcionário do estado, ocupava o cargo de coordenador tributário da pasta.

Batata quente A hesitação do STJ em estender a restrição do foro especial a governadores, conselheiros de tribunais de contas e desembargadores fez integrantes da corte voltarem sua artilharia ao Supremo.

Nos olhos dos outros Ministros do STJ dizem que, ao limitar a prerrogativa apenas para parlamentares, o STF empurrou um impasse corporativo às instâncias inferiores e pode acabar travando o efeito cascata da medida.

Fale A denúncia de procuradores regionais contra Joesley Batista foi interpretada como forma de forçar Edson Fachin, do STF, a se pronunciar sobre a rescisão da delação da JBS. O primeiro pedido foi feito pela PGR há quase oito meses.

Mais ninguém O posto de Roberto Caldas, que renunciou à Corte Interamericana de Direitos Humanos após ser acusado de agredir a ex-mulher, ficará vago até 31 de dezembro. O órgão decidiu não substituí-lo.


CONTRAPONTO

Sem rugas de preocupação

Na segunda (14), no evento em Nova York da American Bar Association, uma espécie de OAB dos Estados Unidos, perguntaram ao juiz Sergio Moro se ele se sentia seguro estando à frente de casos que envolvem políticos e empresários poderosos.

— No ano passado conheci vários juízes da Operação Mãos Limpas — iniciou, citando a investigação italiana que é vista como inspiração para a Lava Jato.

— Eles estão todos velhos, mas vivos!