Maia promete independência de Bolsonaro e acalma siglas do centrão

Te prometo ser fiel Candidato à reeleição à presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conseguiu realinhar seus anseios aos de parte expressiva dos partidos do centrão, sua principal base de apoio. Em reuniões na última semana, o democrata prometeu que, independentemente da posição que for adotada por sua sigla diante do governo Bolsonaro, ele manterá atitude de isenção e distância regulamentar da nova administração. O compromisso foi o suficiente para adoçar as cúpulas de PP, PR e PSD.

Todos por um O acerto que voltou a ser costurado com o centrão tem a anuência da direção do DEM, que reconhece, neste momento, que Maia precisará representar uma coalização de interesses mais amplos, que extrapolam os estritamente partidários.

Devagar, devagarinho A articulação para reeleger Maia fará com que a discussão de um eventual apoio formal do DEM ao governo Jair Bolsonaro (PSL) seja levada sem pressa.

Cada um por si A direção do PR vai reunir a bancada que elegeu para a nova legislatura do Congresso na terça-feira (27). A cúpula da sigla está sem qualquer ponte formal com a próxima gestão.

Cada um por si 2Totalmente alijados das negociações em torno da formação do governo Bolsonaro, os mandatários do partido decidiram liberar os parlamentares para votarem como bem entenderem os temas que vierem à reboque da nova administração.

Vespeiro Parte da bancada do PR é formada por policiais e militares que são simpáticos ao presidente eleito. Um integrante da sigla indica quando os problemas vão começar. No comando do Ministério dos Transportes, a legenda dá as cartas nos Dnits estaduais, por exemplo. Quando mexerem nisso, vai ter gritaria.

Jogo de profissional Em campanha velada pelo comando do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) se cruzaram semana passada quando o primeiro chegava e o segundo saía de um gabinete no qual buscavam, ambos, apoio à empreitada.

Jogo de profissional 2 “Desiste! Esse voto já é meu”, disse Tasso, para quebrar o gelo. “Mas o meu voto também é seu!”, respondeu o emedebista.

Sem você A articulação para formar uma frente de esquerda sem o PT avançou na Câmara e também no Senado. Entre os deputados, as conversas entre PDT e PSB estão nos ajustes finais, e o PC do B, que ainda era dúvida, caminha para fechar com eles.

Sem você 2 No Senado, as tratativas se desenrolam entre PDT, PSB, PPS e Rede. Líderes desses partidos marcaram uma reunião dia 5 de dezembro, no apartamento de Katia Abreu (PDT-TO). Na ocasião, pretendem discutir os termos de um manifesto.

Dourar a pílula Os idealizadores da frente dizem que não se trata de um movimento para a simples exclusão do PT, mas de criar um grupo que possa atuar de maneira independente do governo, sem que isso seja vinculado aos partidários de Lula, vistos como pontas de lança de uma oposição sistemática e acrítica.

Nunca antes O anuário Multicidades que a Frente Nacional de Prefeitos divulga nesta segunda (26), em São Caetano do Sul (SP), mostra que as prefeituras investiram no ano passado R$ 31 bilhões além do mínimo exigido pela Constituição em saúde, quase R$ 2 bilhões a mais que em 2016.

Cobertor curto O mesmo relatório mostra que os gastos dos municípios na área social atingiram o maior índice desde o início da série história, em 2002: 56,3% do total das despesas locais. Com isso, sobra menos dinheiro para zeladoria, seara em que os prefeitos são mais cobrados.

Deferência Depois que o aliado ficou chateado por não ter sido nomeado ministro da Agricultura, Jair Bolsonaro fez questão de ele mesmo chamar Nabhan Garcia, presidente da UDR, para oferecer o cargo de secretário especial de Assuntos Fundiários.


TIROTEIO

O fato é que a Nova República fechou as cortinas. Novo ciclo. O modelo de Jair Bolsonaro ainda está por ser testado

Do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), sobre a disposição da próxima gestão de romper com o presidencialismo de coalizão