Dodge quer que PT devolva dinheiro que gastar na campanha enquanto não substituir Lula
Incentivo fiscal A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, vai voltar a pressionar o PT na Justiça Eleitoral. Ela prepara recurso para pedir que o TSE mande o partido devolver aos cofres públicos os valores que gastar na campanha presidencial enquanto não anunciar a substituição de Lula na disputa. A maioria da corte considerou o ex-presidente inelegível na sexta (31). A sigla repassou R$ 20 milhões do fundo eleitoral à chapa presidencial –e desembolsou R$14,4 milhões para programas de rádio e TV.
Dito e feito A expectativa é a de que Dodge, que chefia o Ministério Público Eleitoral, formalize o pedido contra o PT nesta terça (4). A possibilidade de um garrote financeiro foi abordada durante o julgamento do pedido de registro de Lula, mas o tema não foi apreciado pelos ministros.
Mais pimenta A nova cartada da procuradora-geral tende a ampliar a tensão que está entranhada na cúpula petista. A sigla está dividida sobre a estratégia de bancar o nome de Lula e brigar na Justiça até o limite, arriscando as chances de Fernando Haddad (PT), hoje vice do ex-presidente, deslanchar nas pesquisas.
Famoso quem? A barafunda instalada no PT está fazendo a alegria de rivais do partido. As pesquisas qualitativas do PSDB indicaram que o programa da sigla foi mal recebido em Recife. O eleitor nordestino não teria conseguido entender qual é o papel de Haddad na propaganda.
Minha versão O PT, por sua vez, diz que nos grupos de qualitativa do partido houve forte aceitação às propagandas. E que as pesquisas internas ainda não mostram o PSDB recuperando terreno eleitoral.
Uma coisa é uma coisa Lula precisa de um tiro certeiro no recurso que apresentará ao STF para se manter na disputa. As melhores chances da sigla estão na concessão de uma liminar monocrática, o que faz do sorteio do relator da ação jogada fundamental.
Sem reprise A possibilidade de um dos três ministros do STF que atuaram no julgamento de Lula no TSE relatarem eventual recurso do petista é remota. O sistema do Supremo leva em conta o regimento, que desaconselha a remessa desses casos a magistrados que tiverem votado na corte eleitoral.
Tiro na água A estratégia da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) de iniciar o horário eleitoral com ataques a Jair Bolsonaro (PSL) dividiu a coligação do tucano. Assim como externou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à Folha, uma ala teme que a rejeição de Alckmin suba sem que o eleitorado do rival mingue.
No peixe e no gato Os principais conselheiros de Alckmin acreditam que é preciso aguardar alguns dias até ter uma definição sobre o efeito das propagandas críticas a Bolsonaro. Mesmo esses, porém, aconselham a campanha do tucano a antecipar os ataques ao PT, para desgastar desde já a imagem de Haddad.
Dobrar a aposta Quem acompanha a produção das peças de propaganda do tucano recomenda sangue frio: o horário eleitoral desta terça (4) deve fazer nova investida sobre Bolsonaro e, mais uma vez, com foco no eleitorado feminino.
Pior para você O general Heleno, um dos mais próximos aliados de Bolsonaro, diz que Alckmin vai fazer o sentimento de perseguição do establishment contra o deputado recrudescer entre os eleitores dele, dificultando uma eventual migração de votos.
Venha! A campanha de Bolsonaro tem reagido rápido nas redes sociais, com paródias e ironias, à propaganda tucana.
Ironia fina Novas inserções do governador Márcio França (PSB-SP), candidato à reeleição, fustigam o rival João Doria (PSDB-SP) de maneira cifrada. “Não largo ninguém pelo caminho. Pode confiar. Aqui tem palavra”, ele diz.
‘Brimo’ Sobrinho de Paulo Maluf, Márcio Lutfalla fez a maior doação de pessoa física a Paulo Skaf (MDB), que disputa o governo de SP: R$ 150 mil.
TIROTEIO
Não é hora de buscar culpa específica. Há culpa estrutural, um projeto que não atenta à preservação. Essa é a nossa Hiroshima
De Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras, sobre o incêndio que destruiu o prédio e o acervo do Museu Nacional