Delegados pressionam associação a pedir demissão de Segovia do comando da PF
Sob pressão Delegados da Polícia Federal acharam insatisfatórias as explicações do diretor-geral da corporação, Fernando Segovia, para a entrevista em que opinou sobre a investigação do decreto presidencial que beneficiou operadores de portos. Lembram que esta foi a segunda vez que Segovia apontou fragilidades num inquérito sobre o presidente Michel Temer e pressionam a associação nacional da categoria a pedir em público seu afastamento do cargo se não houver retratação.
Precedente Ao assumir a função, em novembro, Segovia disse que a mala de dinheiro entregue por um diretor da JBS ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer, era insuficiente como prova de corrupção.
Segunda chance Dirigentes da associação dos delegados decidiram aguardar a resposta que Segovia dará após o Carnaval ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito no STF. Esperam que o diretor-geral admita que errou e deixe claro que o delegado do caso, Cleyber Lopes, não será perseguido.
Palavra final Advogados que acompanham as investigações observam que há no episódio uma supervalorização do poder de Segovia para proteger Temer. Quem vai decidir se as provas são suficientes para levar o caso à Justiça é o Ministério Público, não a polícia, lembram.
Com pressa Servidores do Ministério do Trabalho dizem ter sido pressionados pela deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), antes mesmo de sua indicação para a pasta, a fechar a toque de caixa um contrato sem licitação. Uma gravação mostra ela exigindo rapidez na contratação da FGV para uma consultoria de R$ 5,3 milhões.
Outro lado A assessoria da deputada disse que não comentaria uma gravação a que não teve acesso, mas acrescentou que ela não tem qualquer relação com a FGV.
Pêndulo O desgaste de Roberto Jefferson com a indicação da filha Cristiane para o Ministério do Trabalho mudou a correlação de forças entre os caciques do PTB.
Lote dividido Campos Machado (SP), que controla um terço do diretório nacional, aliou-se ao líder da sigla na Câmara, Jovair Arantes (GO). Um indicará o novo ministro. O outro escolherá o secretário-executivo da pasta.
Sem perigo Ministros do TSE dizem que o fato de Luciano Huck ter declarado à Justiça Eleitoral que não é candidato a presidente não terá consequências jurídicas para o apresentador se ele mudar de ideia no futuro.
Reprise Huck fez a afirmação na defesa apresentada por seus advogados na ação em que é acusado com a Rede Globo de abuso de poder econômico por causa da sua participação no “Domingão do Faustão”, em janeiro.
Munição Opositores da candidatura de Huck, entre os quais integrantes do DEM, acham que ele poderá ser acusado de falso testemunho se decidir concorrer, contrariando a declaração à Justiça.
Aposta Ministros que acompanham a atuação e conhecem o estilo do corregedor eleitoral, ministro Napoleão Nunes Maia, dizem que ele é um “garantista” e preveem que não deixará prosperar a ação contra a Globo e seu apresentador.
Vale o escrito O motivo para barrar a ação é simples, segundo os integrantes do TSE: uma representação desse tipo, alegando uso indevido de meios de comunicação, não poderia atingir cidadãos comuns, sem candidatura registrada.
Permaneça Deputados do PSB planejam viajar a São Paulo no dia 22 com um apelo para que Márcio França não deixe a sigla. Temem que o vice-governador se acerte com o tucano Geraldo Alckmin para concorrer à sua sucessão e migre para o PSDB.
TIROTEIO
Se for para ter um candidato a presidente da República televisivo, eu confesso que preferiria o Ratinho. É muito mais autêntico.
DO MINISTRO CARLOS MARUN, da Secretaria de Governo, sobre a possibilidade de o apresentador da Rede Globo Luciano Huck concorrer ao Planalto.
CONTRAPONTO
Deixa isso pra lá
Ao defender projeto que dá prioridade a despesas com saúde e educação na Comissão de Assuntos Econômicos, na terça (6), a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) provocou Tasso Jereissati (PSDB-CE), que presidia a sessão:
— Agradeço a oportunidade [de votar a proposta], presidente, meu eterno candidato a presidente da República! Isso é um assédio para que ele pense nisso.
O tucano fingiu que não ouviu e colocou o projeto em votação. A emedebista voltou a cutucá-lo:
— Pensei que o senhor fosse dizer ‘aceito’ no final.
— Eu agradeço o apoio e considero um lançamento! —encerrou Jereissati.