PT vê em convite a missão da OEA tentativa de criar vacina contra críticas a eleição sem Lula

Treta tipo exportação O PT viu no convite da Justiça Eleitoral à OEA (Organização dos Estados Americanos) para acompanhar a disputa no Brasil uma tentativa de impor revés à sigla. Os petistas avaliam que eventual selo de qualidade da entidade a uma corrida sem Lula fragiliza a tese de que um veto a ele afrontaria a democracia. Para reequilibrar o jogo, a legenda vai explorar despacho da ONU que prega a participação do ex-presidente no pleito, estimulando imbróglio entre os organismos internacionais.

Game over A repercussão internacional da tentativa de Lula de ser candidato é celebrada pelos petistas. Eles acreditam que o TSE buscou uma vacina à pregação de que a ausência de Lula levaria a eleições ilegítimas convidando a missão de observação da OEA.

Homem-bomba Os resultados das últimas pesquisas que apontaram o crescimento das intenções de votos de Lula reavivaram debate no PT sobre uma jogada kamikaze: não substituir a candidatura do ex-presidente.

Eu com isso? Lula tem feito questão de dizer que está feliz com os números e, recentemente, a advogados, repetiu que não tem culpa de estar preso e que a responsabilidade de normalizar o processo eleitoral não é dele.

Frio e calculado Os aliados mais próximos do petista, porém, acreditam que ele escolherá o caminho do pragmatismo no momento certo. Fernando Haddad, hoje vice de Lula, já está em campanha.

Coração vermelho O presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), um dos principais caciques do MDB, sigla de Michel Temer, elaborou adesivos em que se apresenta como “o senador do Lula” e aparece em foto ao lado do petista.

Campo minado Luís Roberto Barroso, do STF, vai proferir palestra nesta segunda (27) na Associação dos Advogados de SP. Tema: “Moderado, sério e igualitário: Repensando o Direito Penal no Brasil”.

Campo minado 2 Muitas vezes criticado por penalistas, especialmente pelos votos que redige em casos de suspeita de corrupção, Barroso tem dito que vai explicar como vê o Brasil e o papel do Supremo. O ministro muitas vezes é taxado de “punitivista”, selo que ele rejeita e quer desfazer.

Pires na mão Candidatos a governador do PSL reclamam que a sigla até agora não repassou e eles o dinheiro do fundo eleitoral. O TSE já liberou os R$ 9,2 milhões a que o partido de Jair Bolsonaro tem direito.

Saco vazio Do total, R$ 3 milhões seriam destinados à campanha do presidenciável, mas ele se recusa a usar o montante. Os outros R$ 6 milhões deveriam ser divididos entre candidatos a deputado, senador e governador, mas até agora nada.

Dois para lá, dois para cá Aliados de Ciro Gomes (PDT) dizem estar convencidos de que o primeiro turno da disputa deste ano se dará entre duplas: Geraldo Alckmin (PSDB) contra Bolsonaro, e o pedetista contra o candidato do PT.

Faz de conta Ciro, que na pré-campanha foi compassivo em relação aos petistas, agora diz que o partido engana o eleitor ao insistir na candidatura de Lula sabendo que ela deve ser barrada pela Justiça.

Bandeira branca A procuradora Monique Cheker, do Ministério Público Federal do Rio, prometeu fazer um pedido de desculpas público a integrantes do STF que fizeram queixa ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) após ela insinuar, no Twitter, que ministros receberiam “por fora” para ajudar “companheiros”.

Missão de paz A postagem foi relatada pela Folha em julho. Gilmar Mendes e Dias Toffoli acionaram o CNMP. Na ocasião, ela acusou o Painel e a colunista Mônica Bergamo de deturparem o texto. Depois, escalou interlocutores para sondar o STF sobre a chance de encerrar a polêmica.

Inferno são os outros Na minuta da carta pública, Cheker ainda responsabilizava a imprensa pelo episódio.


TIROTEIO

Não é surpresa que Bolsonaro fuja dos debates. Ele não tem nada a dizer. Até aqui, foi só gritaria e falatório

De Henrique Meirelles, candidato à Presidência pelo MDB, sobre a campanha de Bolsonaro reavaliar a presença dele em embates na TV