Cunha tenta tirar das mãos de Fachin inquérito no qual Temer foi incluído

Painel

Um por todos No mesmo dia em que a PGR pediu a inclusão do nome de Michel Temer em inquérito sobre suposto repasse ilegal ao MDB pela Odebrecht, a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha entrou com um recurso no Supremo pleiteando que Cármen Lúcia tire o caso do ministro Edson Fachin. A presidente do STF já havia rejeitado a mudança, mas os advogados de Cunha insistem. Argumentam que não há conexão entre os fatos investigados e os desvios na Petrobras apurados na Lava Jato.

Quem e quando? O inquérito 4462 apura relato de delatores sobre um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, no qual a cúpula do MDB teria solicitado R$ 10 milhões à Odebrecht. Temer não estava entre os investigados, mas dois de seus principais ministros, sim: Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

Coincidências A procuradora-geral, Raquel Dodge, pediu que Temer fosse incluído no inquérito no último dia 27 –mesma data em que o recurso dos advogados de Cunha chegou ao STF. No início de fevereiro, o próprio Fachin entendeu que não deveria mais relatar o caso acatando a tese de que não há vínculo com a Lava Jato.

Para todos Cármen Lúcia vetou a redistribuição. Cunha, que é citado nos autos do processo, mas não investigado, pede que, caso ela rejeite o novo recurso, submeta o tema ao plenário da corte.

Exceção e regra Na sustentação oral que fará no julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no STJ, o advogado Sepúlveda Pertence dirá que a decisão do STF que autorizou a prisão após condenação em segunda instância, em 2016, não é vinculante, ou seja não precisa ser aplicada em todos os casos.

Troco likes Agora aposentado, o japonês da Federal, Newton Ishii, decidiu, sob influência da filha, abrir uma conta no Instagram. A expectativa é a de que use o canal para divulgar o livro que o jornalista Luís Humberto Carrijo escreveu sobre ele.

Afasta de mim Aliados do presidente Michel Temer calculam que o MDB pode perder até 15 deputados para outras siglas antes das eleições. Seis parlamentares do Rio vão deixar a legenda, e ainda haverá defecções de dois nomes da Paraíba, além de Rodrigo Pacheco (MG) e de Osmar Serraglio (PR).

Tem quem queira Nas contas de emedebistas, porém, outros dez deputados devem ingressar na sigla. As filiações de Beto Mansur (PRB-SP), Roberto de Lucena (PV-SP), Maria Helena (PSB-RR) e Valtenir Pereira (PSB-MT) são dadas como certas.

Peso pesado Integrantes do PSD avisam que uma eventual filiação de Eduardo Paes ao PSDB pode prejudicar a formação de alianças em torno do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).

Peso pesado 2 Esse grupo diz que, como o ex-prefeito do Rio foi muito próximo a Sérgio Cabral, filiá-lo vai colocar todo o “MDB do Rio que passou pelo Benfica” dentro da campanha de Alckmin.

O silêncio é ouro Delegados da PF elogiaram o discurso de posse do novo diretor-geral do órgão, Rogério Galloro. Eles viram na fala um recado ao antecessor, Fernando Segovia. A indireta estaria no trecho em que ele disse que, quem chega, deve ouvir mais do que falar.

Dia D O placar da reunião do PSDB de SP que vai selar a data das prévias no estado, na segunda (5), já vai deixar claro se haverá mesmo disputa interna. Se o prefeito João Doria conseguir maioria absoluta para realizar a consulta aos filiados em março, deve desestimular adversários.

Visita à Folha Guilherme Boulos, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), visitou a Folha nesta sexta-feira (2). Estava acompanhado de Ednilson Machado, jornalista.


TIROTEIO

O crescimento do PIB acima do esperado é um ‘cala a boca’ na caravana do atraso que insiste em dizer que não estamos no rumo certo.

DO MINISTRO CARLOS MARUN (SECRETARIA DE GOVERNO), sobre os que disseram que o crescimento de 1% do PIB em 2017 ainda é muito pouco.


CONTRAPONTO

Tudo menos isso

Os entusiastas da candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Planalto têm feito o presidente da Câmara mudar de hábitos para conquistar mais empatia. Na terça (27), por exemplo, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) interrompeu uma conversa sobre o cenário nacional quando o democrata sacou o celular do bolso e começou a responder mensagens.

— Rodrigo, já falei que você tem que parar com essa mania — disse, Paulinho.

— Depois você também reclama quando demoro para responder! — retrucou, Maia.

— A partir de agora está autorizado a me ignorar!