Promotores negociam com empreiteiras para apurar desvios em gestões tucanas
Pista expressa Promotores de São Paulo querem ampliar as negociações com empreiteiras acusadas de cartel em obras estaduais como a construção do Rodoanel. A ideia é replicar modelo adotado com a Odebrecht, que se comprometeu a apontar agentes públicos que criaram facilidades para o cartel nos governos do PSDB, além de pagar multa e ressarcir danos causados aos cofres públicos. Em troca, as empresas ficam livres de ações que poderiam impedi-las de participar de novas licitações.
Passo apertado Integrantes do Ministério Público Estadual que acompanham as conversas indicam que há pressa e desejo de concluir as negociações antes da eleição.
Vinde a mim As empreiteiras na mira dos promotores de São Paulo tomaram elas mesmas a iniciativa de procurar o Ministério Público para abrir diálogo nos últimos meses. A Promotoria do Patrimônio Público conduz as negociações.
Memória seletiva Em seu acordo com o Ministério Público Federal, a Odebrecht indicou a participação da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa em várias irregularidades que elas não mencionaram em acordos de leniência negociados antes com a Lava Jato.
Tática de guerrilha Desde que passou a colaborar com as autoridades, a Odebrecht recorreu à Justiça para questionar diversos editais de licitações de governos estaduais em que enxergou sinais de favorecimento a concorrentes.
Palavra de especialista Na equipe jurídica que assessora a empresa baiana, há quem defenda o lançamento de projeto mais ambicioso: um site que indicaria editais de licitações em que as empreiteiras apontassem problemas.
Nova frente A colaboração do ex-diretor da Petrobras Renato Duque com a Lava Jato pode estender as investigações para contratos bilionários da estatal com fornecedores de tubos de aço. O grupo italiano Techint, que controla a Confab no Brasil, é alvo de inquéritos na Itália e na Suíça.
Velhos conhecidos Os dois maiores fornecedores de tubos da Petrobras foram objeto de suspeitas em 2016, mas acabaram deixados de lado pelos procuradores da Lava Jato.
Tinham pressa Pesquisa qualitativa encomendada pelo PT com um grupo de eleitores considerados neutros em relação ao partido indicou concordância com a ideia de que a Justiça acelerou o processo que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão.
Não se mexam Segundo o estudo, esses eleitores viram o presidente Michel Temer (MDB) e o PSDB como beneficiários da condenação do petista. Também disseram que classificariam como traição a indicação pelo PT de outro nome para substituir Lula como candidato a presidente agora.
Passou a bola A decisão da juíza Carolina Lebbos, de Curitiba, que mandou novos pedidos de visita a Lula serem apresentados à Superintendência da Polícia Federal, animou aliados do ex-presidente. O petista combinou com advogados que definirá quando e quem deseja receber.
Não se mexa Lebbos barrou visitas de amigos que pediram para ver Lula na prisão. A nova decisão da magistrada, de quarta passada (25), reforça entendimento de aliados do ex-presidente de que o melhor para ele enquanto estiver preso é continuar na PF.
Façam fila O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) fez seu pedido na quinta (26), mas ainda não teve resposta da PF. A juíza só examinará a partir de agora casos de pedidos recusados pela autoridade policial.
Outra régua Apesar da perda de seguidores no Instagram, auxiliares de João Doria (PSDB) ressaltam que ele ainda reúne nas redes sociais número de adeptos dezenas de vezes superior ao de seus rivais na eleição estadual e tem maior interação com eles. No Twitter, contabiliza ganho de 1.300 seguidores por dia.
TIROTEIO
O sistema não fará a sua renovação. Os partidos ficaram velhos e refratários à mudança. São um solo árido e estéril.
Do cientista político Carlos Melo, do Insper, sobre a tendência dos partidos de lançar nomes tradicionais nas eleições para o Congresso