Pesquisa recomenda cautela a Doria e deve encerrar insinuações sobre o Planalto
Sinal amarelo Apesar da dianteira na corrida pelo governo de SP, a nova pesquisa Datafolha traz dados que recomendam cautela a João Doria (PSDB). A rejeição da população paulistana à sua renúncia à prefeitura em nome de nova disputa eleitoral e o saldo final de sua fugaz administração certamente serão explorados pelos rivais. Outra ala do tucanato, porém, deve receber o levantamento com alívio. Ele tende a pôr fim às insinuações de que Doria seria um “reserva de luxo” para a disputa pelo Planalto.
Vida real Mesmo eleitores que declaram preferência pelo PSDB avaliam que a administração Doria deixou a desejar: 69% dos que simpatizam com os tucanos dizem que o agora ex-prefeito fez menos do que eles esperavam pela cidade.
De novo isso? A relação entre Doria e seu padrinho político, Geraldo Alckmin (PSDB), já teve momentos melhores. Recentes declarações em que o ex-prefeito soou dúbio sobre sua disposição em concorrer ao Planalto deixaram aliados do ex-governador, pré-candidato à Presidência, de orelha em pé.
Página virada O novo prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB), fez questão de se distanciar das marcas do antecessor. Exaltou a política em discurso de estreia, encontrou-se com Márcio França —rival de Doria na disputa paulista— e trouxe de volta aliado demitido pelo ex-prefeito.
Arrume a casa Geraldo Alckmin decidiu nomear seu ex-secretário da Casa Civil, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), coordenador de sua campanha no estado.
Arrume a casa 2 Aliados acreditam que os 36% dos paulistas que avaliam a administração do tucano como ótima e boa ainda não assimilaram que ele é candidato ao Planalto e dizem que é preciso reforçar a mensagem.
A meta Inflado após a janela partidária, o DEM pretende reeleger seus 44 deputados e fazer outros 15 novatos. Nos estados, terá até oito candidatos a governador.
O cara? O desempenho de Joaquim Barbosa (PSB) no Datafolha chamou a atenção de expoentes da esquerda e da direita. Por ter alcançado até 10% das intenções de votos sem nem sequer ter se declarado candidato ao Planalto, despertou nos rivais o temor de que, em campanha, consiga se transformar na “expressão do centro”.
Nome à pessoa O PSB encomendou pesquisa na qual apresentará ao eleitor, além do nome, a foto de Barbosa. Acredita que, assim, o ex-presidente do STF obterá pontuação ainda maior.
No grito A partir de quarta-feira (18), se não houver sinalização de que o Supremo pode tirar o ex-presidente Lula da prisão revendo a regra que autoriza o encarceramento após a condenação em segunda instância, o PT vai tentar nacionalizar atos a favor do petista, com ênfase no Nordeste.
Deu para ti? O novo Datafolha aplacou rumores de que a prisão de Lula teria impulsionado Jair Bolsonaro (PSL). Como o deputado se manteve no patamar anterior, rivais agora acham que ele finalmente bateu no teto.
Nada pessoal O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima apresentou sua defesa no processo que responde no Conselho Nacional do Ministério Público por um post em rede social. No texto, tratou um pronunciamento do presidente Michel Temer como ato de covardia e prova de que ele não tem qualificação para o cargo que ocupa.
Nada pessoal 2 “Esclareço que se trata de uma crítica contra atitudes e comportamentos públicos relacionados à função e representação exercida pelo presidente, e não de um ataque à sua pessoa”, disse o procurador da Lava Jato. Na mensagem questionada, ele criticava discurso em que Temer atacou Rodrigo Janot.
TIROTEIO
A pesquisa mostra que manjados vão penar e novatos sem conteúdo não vão se criar. Aí entra Joaquim Barbosa e sua história de vida.
DE BETO ALBUQUERQUE, vice-presidente do PSB, sobre o novo Datafolha para a corrida ao Planalto e a marca alcançada por Barbosa, recém-filiado à sigla.
CONTRAPONTO
Lotação esgotada!
Na quinta-feira (12), durante julgamento no STF, Gilmar Mendes mencionou a delação de Sergio Machado, o ex-diretor da Transpetro que gravou uma série de emedebistas, como um exemplo de casos em que a PGR teria extrapolado os fatos para fazer acusações:
— Se ele tivesse ido à minha porta, eu provavelmente teria dito: ‘Procure o Kakay ou outro advogado’, e estaria inserido no contexto de obstrução de Justiça! —ironizou.
Como a menção se tornou alvo de gracejos dos colegas, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, rebateu:
— Eu não poderia atender o delator pois sou advogado de dois dos seus delatados!