Guedes usou Argentina como exemplo para derrubar teorias sobre revisão do teto de gastos
O pecado mora ao lado A discussão sobre a revisão do teto de gastos foi enterrada após conversa entre Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Economia). O presidente explicou que toda a Esplanada reclamava do corte de verbas e perguntou qual era o plano. O ministro afirmou que a arrecadação estava melhorando, que havia como fechar as contas e aproveitou para detonar qualquer mudança no teto: a medida poderia até aliviar o caixa no curto prazo, disse, mas no fim do mandato, entregaria a Bolsonaro “uma Argentina”.
Remediado está Segundo aliados, o presidente rapidamente concordou com Guedes e encerrou a conversa dizendo que estava com o ministro. Na Argentina, é grande a chance de a oposição voltar ao poder.
Timing Guedes tem dito que se deve aproveitar a crise para promover “uma grande reforma do Estado”, com mudanças nos gastos obrigatórios.
Comunhão de bens Controlado pelo Banco do Brasil, que detém 80% de seu capital, o argentino Banco Patagônia é uma das vítimas da moratória parcial decretada por Mauricio Macri no último dia 28. Informações que chegam ao Brasil dão conta de que o banco receberá com atraso cerca de 85 milhões de pesos (R$ 6,180 milhões).
Na alegria e na tristeza A atual moratória é só o início da renegociação de dívidas que o governo do país vizinho lançou. A próxima etapa alcançará títulos protegidos por leis locais e que, por isso, espera aprovação do Congresso.
Até que a morte separe A avaliação é a de que o valor que entrou em atraso agora é pequeno, menos de 3% do patrimônio do Patagônia, cuja rentabilidade não é alvo de queixa do controlador brasileiro. Já as travas à remessa de lucros ao exterior afetam, sim, o Brasil. O BB quer se desfazer do banco, mas agora vai esperar para vendê-lo.
Assim não Informado do envio de informações incompletas pela Receita ao Tribunal de Contas da União, o presidente Jair Bolsonaro cobrou explicações. O secretário do fisco, Marcos Cintra, avisou a corte que vai enviar dados complementares.
Assim não 2 Na quinta (5), o Painel mostrou que a Receita driblou ordem do TCU e disse não poder enviar os nomes dos analistas que acessaram dados de agentes públicos nos últimos anos. Bolsonaro acredita que ele e sua família tenham sido alvo de devassa.
Nova era Durante a campanha, Augusto Aras, o subprocurador-geral escolhido por Bolsonaro para suceder Raquel Dodge na cúpula da PGR, prometeu que faria uma gestão “aberta à imprensa”. A procuradora-geral se notabilizou pela aversão a holofotes.
Quem dá mais Até a sexta (6), quatro senadores de diferentes partidos haviam pedido para relatar a indicação de Aras na Comissão de Constituição e Justiça. O assunto deve ser resolvido rapidamente. A expectativa na cúpula do Senado é a de que o relator seja definido na terça-feira (10).
Palavras mágicas Integrantes do governo que têm participado de reuniões com Sergio Moro (Justiça) e Jair Bolsonaro dizem que os dois agem de modo descontraído, que o presidente tem feito piadas com o ministro e que ninguém menciona o assunto Polícia Federal.
Se não tem tu… O governador do DF, Ibaneis Rocha, que havia colocado seu nome como opção para comandar o MDB, agora defende que Baleia Rossi (SP), líder da bancada na Câmara, assuma a presidência do partido. Ele, porém, quer que a sigla altere o estatuto, abrindo espaço a gestores dos estados na executiva.
…vai tu mesmo “Eu acredito que o melhor nome hoje para presidir o MDB é o do Baleia”, diz Ibaneis. “Não quero concorrer com ninguém, mas também não quero ser excluído. Quero assento na executiva.”
Fofo Dois representantes das bancadas da bala e da bíblia se uniram em iniciativa inusitada na Câmara. Egresso da polícia militar, o deputado Capitão Augusto (PL-SP) propôs, e o evangélico Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ) relatou um projeto de lei que transforma a cidade de Tabatinga (SP) na capital do bicho de pelúcia.
Vip Bolsonaro telefonou para o SBT e convidou Silvio Santos pessoalmente a acompanhá-lo no desfile de 7 de Setembro.
TIROTEIO
Como deputado, Bolsonaro podia ser um fura-teto, mas, como presidente, ele tem que ser quebra-piso!
Do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), sobre o debate ora sepultado pelo governo a respeito da flexibilização do teto dos gastos públicos