Após ataque a governadores do NE, ato com Bolsonaro na BA é inflado com rivais do PT

Festa estranha Em momento de tensão com o eleitorado do Nordeste, em razão das críticas flagradas na última sexta (19), o presidente Jair Bolsonaro pretende usar ato na Bahia, na próxima terça (23), para virar o jogo em território inimigo. No fim de semana, o Planalto decidiu dobrar o número de convidados da inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista –originalmente uma festa fechada para 300 pessoas. Além disso, escalou rivais do governador Rui Costa (PT) para discursar no evento.

Com gente esquisita Partiu de Rui Costa a iniciativa de rever a lista. Ele havia identificado a presença maciça de críticos e queixou-se ao Planalto. Mas enquanto o número total espichou para 600 convidados, a cota do governador petista subiu apenas de 70 para 100 nomes. Proporcionalmente, a presença de seus apoiadores encolheu.

Meu quintal O desconforto é tamanho que aliados de Rui Costa passaram a defender publicamente neste domingo (21) ele não vá à cerimônia. Apoiadores dizem, porém, que 1) ele sugeriu a festa e 2) o aeroporto é um feito politicamente relevante.

Ossos do ofício Em outro trecho da turnê presidencial, Paulo Guedes (Economia) acompanha Jair Bolsonaro a Manaus (AM) na quinta (25). O ministro assume a presidência do conselho de administração da Suframa, que gerencia a Zona Franca e avalia empresas candidatas a receber o incentivo fiscal.

Ossos do ofício 2 Guedes tentou entregar a tarefa a um auxiliar, disseram interlocutores, mas não pôde. O cargo é de nível ministerial e, até a chegada dele ao governo, era de atribuição do extinto MDIC.

Continência Na gestão Bolsonaro, a Suframa está sendo comandada pelo coronel da reserva (e aliado) Alfredo Menezes, que nomeou pelo menos oito militares para o órgão.

Na ponta do lápis Responsável pela mudança que fez o FGTS dividir parte dos lucros com os trabalhadores, o ex-ministro Dyogo Oliveira considera injusta a crítica de que o fundo tem rentabilidade pífia. Segundo ele, no ano passado, o retorno foi de quase 5%. A poupança rendeu 4,6%.

Na ponta do lápis 2 Ambos são livres de risco e não recolhem imposto, observa o ex-ministro. A baixa rentabilidade é um dos argumentos de quem defende a liberação irrestrita de saques do FGTS.

Segundo round Se aprovada, a indicação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada nos EUA vai abrir nova disputa pela presidência do PSL em São Paulo, que hoje ele ocupa. Uma sucessão natural, a do vice, o deputado estadual Gil Diniz, é vetada por parte da cúpula nacional do partido.

Segundo round 2 Lideranças do PSL anteveem confronto de alas divergentes. Aliados de Eduardo não aceitam que a presidência seja ocupada pelo grupo que contesta o comando do filho do presidente, encabeçado pelos deputados Júnior Bozella e Alexandre Frota. O rechaço é recíproco.

Terceira via Para superar o impasse, dirigentes sonham com a filiação do apresentador José Luiz Datena —ele poderia assumir a presidência da legenda e ainda se candidataria à prefeitura da capital. Caso ele não entre no PSL, a cúpula do partido cogita nomear uma liderança nacional para chefiar o diretório paulista.

Mães e filhos A percepção de que a crise alterou o perfil dos moradores de rua levou a Prefeitura de São Paulo a fazer um esforço para antecipar o censo municipal de desabrigados de 2020 para este ano.

Mães e filhos 2  Há notável crescimento no número de mulheres e crianças vivendo nas ruas da capital paulista, o que demanda uma remodelagem dos abrigos públicos.

Briga de irmão A disputa pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) azedou o clima na Fiesp. Na última semana, houve bate-boca entre o presidente Paulo Skaf e Synésio Batista, da associação de brinquedos (Abrinq).

Briga de irmão 2Skaf teria apoiado a chapa rival a Synésio na ABNT e, por isso, foi chamado de traidor, segundo um dos presentes. Na briga, Synésio teria contestado ainda a contratação de militares pela Fiesp. Disse ver nisso uma tentativa artificial de aproximação com Bolsonaro.


TIROTEIO

A economia está acorrentada por uma máquina pública caríssima, ineficiente e que entrega muito pouco ao cidadão

Do ex-governador Paulo Hartung (ES) sobre o aumento de gastos com funcionalismo de União, estados e municípios em meio à crise