Para evitar derrota no Senado, ministério suspende portaria que facilitava importação

Se não pode vencê-los Após forte reação no Senado de parlamentares que compõem a ala moderada do Congresso, o Ministério da Economia decidiu suspender por 30 dias os efeitos de portaria que facilita a importação de máquinas e de equipamentos de informática. A medida foi adotada para evitar que a Comissão de Assuntos Econômicos derrubasse a norma. Numa tentativa de apaziguar os ânimos, a equipe de Paulo Guedes se comprometeu a apresentar novo texto regulamentando as regras do primeiro.

Assim não dá Para ter ideia da resistência à portaria, na última semana, em debate sobre o tema com empresários do setor, o senador José Serra (PSDB-SP) chamou a medida de “mal feita e entreguista”, numa crítica mais incisiva do que a da oposição.

W.O. Nenhum integrante do time de Guedes foi convidado para responder os argumentos dos industriais, que ameaçaram responder à medida com demissões em massa.

Apenas o começo Quem entende do setor viu na reação aguda do Senado sinal de que industriais e parlamentares estão prontos para rebater o plano de abertura comercial.

Quem sabe faz a hora O presidente do PSL, Luciano Bivar, aproveitou que o plenário da Câmara estava cheio em plena sexta (12) por conta da Previdência para colher assinaturas a favor da sua proposta de reforma tributária. Até Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que reassumiu o mandato para votar, assinou a petição.

Será? Bivar diz que sua proposta tem mais chance de prosperar do que a de Baleia Rossi (MDB-SP) –que é apoiada por Rodrigo Maia (DEM-RJ). A concorrente é “inexequível”, diz, por envolver impostos de estados e municípios.

Gêmea Ele propõe o Imposto Único Federal, que já foi defendido pelo secretário da Receita, Marcos Cintra. Nas simulações, a alíquota seria de 1,6% sobre operações bancárias.

Na lata Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público querem reapresentar logo na primeira sessão do colegiado, dia 13 de agosto, pedido de abertura de investigação contra o procurador Deltan Dallagnol, alvo de questionamentos desde o vazamento de mensagens da Lava Jato.

Na lata 2 Uma apuração foi arquivada pelo corregedor do órgão em junho. Os entusiastas da investigação dizem ter número para reabrir o caso.

Sem trégua A queda de braço no PSDB em torno do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) está longe do fim. Nem a entrada em cena do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contra o grupo que prega a expulsão do mineiro conseguiu frear o ímpeto da ala paulista do partido.

Faça você mesmo Cinco diretórios do PSDB de São Paulo já pediram medidas contra Aécio. O governador João Doria mantém posição de não intervir a favor do deputado. Ao contrário. Para aliados de Doria, a solução menos traumática seria um pedido de licença da legenda.

Daí para pior É para este caminho que pessoas que falam com Doria tentam empurrar Aécio. Se insistir em não se mover, dizem, o deputado passará a ser alvo de pressão pública cada vez maior e mais pesada. Ninguém descarta o estímulo a um movimento nacional de diretórios contra a permanência dele no partido.

Golpe baixo O comportamento da ala paulista, a mais próxima a Doria, começou a assustar integrantes da cúpula de outras siglas, como o DEM, que veem na ênfase do ataque desabrido a Aécio uma demonstração de deslealdade.

Instinto Fernanda Richa, mulher do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), se adiantou e pediu sua desfiliação do PSDB. A Justiça Eleitoral registrou seu desligamento em abril. O pedido foi feito dias após ela se tornar ré, ao lado do marido, sob acusação de obstrução de investigação.

Levanta… De olho na eleição municipal, o PT inaugura dia 3 de agosto caravana em São Paulo. O cronograma prevê a realização de plenárias de discussões em vários pontos da cidade. O primeiro encontro será no centro.

…e anda Além dos pré-candidatos –até o momento Paulo Teixeira, Jilmar Tatto e Carlos Zarattini–, o ex-prefeito Fernando Haddad foi convidado.


TIROTEIO

Com a reforma, a Câmara abre caminho para o Parlamentarismo, e a sociedade percebe que este protagonismo não é tão ruim

Do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), sobre o Congresso ter chamado para si a responsabilidade de mudar as aposentadorias