Presidente do Senado quer debater nova reforma política no próximo semestre

Início da próxima rodada O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu incluir a reforma política no cronograma da Casa. A pedido dele, os congressistas devem promover no início do próximo semestre uma série de debates e seminários sobre o tema. O democrata determinou que sua equipe fizesse um levantamento de todos os projetos que tratam do assunto. Eventuais mudanças nas regras das eleições municipais têm que ser aprovadas pelo Congresso até outubro para valerem no ano que vem.

Ponto de partida Podem ser alterados, por exemplo, a data do início da campanha e também o limite de gastos, que tende a ser aumentado.

Sem tiro no escuro Alcolumbre usou a decisão de não pautar a medida provisória que alterava o código florestal para cobrar o governo a bancar proposta que delineie prazo para a tramitação de MPs —90 dias na Câmara e 30 no Senado. Ele avisou Onyx Lorenzoni (Casa Civil) que o plenário não discutiria um texto que havia conhecido há duas horas.

Pelo estômago O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), tenta incluir almoços semanais com pequenos grupos de deputados na rotina de Jair Bolsonaro. Como o presidente costuma fazer as refeições em sala anexa ao seu gabinete, a ideia é levar sempre um grupo de dois a seis parlamentares para interagir com ele.

Mãozinha O deputado José Rocha (PR-BA) trocou a vice-liderança do governo no Congresso, comandada por Joice Hasselmann (PSL-SP), pela vice-liderança do governo na Câmara, sob a batuta de Vitor Hugo.

Guerra fria O movimento ocorre em meio a uma disputa tácita entre Hasselmann e Vitor Hugo sobre a primazia da condução da estratégia do governo nas duas Casas do Legislativo.

Pelo bem de todos Segundo relatos de aliados, o próprio Bolsonaro teria estimulado o movimento de Rocha, pedindo ao deputado que auxiliasse Vitor Hugo, alvo de críticas por sua atuação desde que assumiu a liderança do governo.

Vai ter luta O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), apresentou projeto de decreto legislativo para tentar anular o polêmico despacho do governo federal que diminuiu a participação da sociedade civil no Conama, o conselho nacional do setor que ele representa.

Farda para todos O ministro Paulo Guedes (economia) aventou em reuniões a ideia de suplementar o orçamento das Forças para que elas possam ampliar o serviço militar obrigatório. Como a atividade é remunerada, seria, na visão dele, um alívio a famílias assoladas pelo desemprego.

Tudo sabe Um executivo do setor financeiro especialista em prevenção à lavagem de dinheiro afirma que, caso instituições financeiras tenham relaxado nos controles internos a ponto de deixarem quase R$ 1 bilhão passar por seus sistemas, como aponta a Lava Jato do Rio, é difícil que o Banco Central não tenha percebido.

Tudo vê O órgão faz duas fiscalizações amplas por ano nas instituições financeiras.

Ação e reação A queda de braço entre o ministro Abraham Weintraub (Educação) e entidades que representam estudantes fez Orlando Silva (PC do B-SP), relator da medida provisória que trata da proteção de dados pessoais, criar uma blindagem extra para informações sigilosas que estão sob a guarda do Inep.

Ação e reação 2 O texto, aprovado pela Câmara e pelo Senado, estabelece que a utilização de dados de estudantes sob a guarda do Inep deve ser tratada sob regulamento específico, a ser fixado não só pelo órgão vinculado ao MEC, como também pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais, criada pela MP.

Meus motivos Uma tentativa de Weintraub de acessar informações de estudantes foi apontada como estopim para a queda do último presidente do Inep, Elmer Vicenzi.

UFC O Conselho de Ética da Câmara será palco de uma guerra de versões entre o PSL e o deputado Expedito Neto (PSD-RO), que recebeu uma cabeçada de Julian Lemos (PSL-PB) na quinta (30). O líder do PSL, Delegado Waldir (GO), diz que, antes de reagir, Lemos foi agredido.


TIROTEIO

Deixar os estados e os municípios de fora da reforma da Previdência é jogar para amanhã o que se pode fazer hoje

Do governador do ES, Renato Casagrante, sobre a pressão de alas do Congresso por limitar as novas regras ao funcionalismo federal