Caixa prepara operação para saques do FGTS; liberação pode chegar a R$ 30 bi
Presente de papai Noel Anunciada por Paulo Guedes (Economia) como uma forma de reativar o consumo após a aprovação da reforma da Previdência, a operação para liberar recursos de contas inativas do FGTS já começou a ser desenhada pela Caixa. Estimativa otimista indica que os saques podem alcançar até R$ 30 bilhões em prazo relativamente curto: três meses. Se o calendário político se confirmar, e as novas regras de aposentadoria forem aprovadas em setembro, o dinheiro extra estaria na praça até o Natal.
Falou, valeu Integrantes da equipe econômica afirmam que, de acordo com a experiência adquirida no governo Michel Temer, a execução dos pagamentos pode ser efetivada rapidamente.
Falou, valeu 2 A partir da ordem de Guedes, seria possível viabilizar em questão de semanas a liberação do dinheiro para os primeiros cotistas do fundo. O plano atual prevê repetir a fórmula adotada em 2017 –com desembolsos feitos em etapas.
Última gota Nomes que integraram a gestão Temer dizem que, para conseguir liberar R$ 30 bilhões, o governo terá que “raspar o tacho” do saldo do FGTS de trabalhadores que saíram do emprego a partir de 2016 e ainda avançar sobre as contas ativas. O montante almejado representa quase 0,5% do PIB.
Com moderação Como a demanda está fraca, esses técnicos acreditam que a liberação de uma pequena parcela das contas ativas do FGTS não levará à falta de recursos para financiar os setores imobiliário e de infraestrutura, que usam verbas do fundo.
Na Hora H O único alerta para o atual governo –e Guedes já indicou que sabe disso– é o de que este botão só deve ser acionado após a reforma. Antes, seria jogar dinheiro fora.
Canto coral Cresce o número de especialistas que alertam que chegou a hora de a equipe econômica ampliar a cartela de planos para reaquecer a economia. Adriano Pires é categórico ao dizer que só a reforma da Previdência não vai tirar o país do atoleiro.
Canto coral 2 “O Brasil precisa de uma agenda que crie investimentos, empregos e competitividade, uma agenda capaz de reverter essa desilusão com o crescimento do PIB. O caminho é a infraestrutura. Mas, para isso, precisa de estabilidade regulatória e segurança jurídica, coisa que não está acontecendo”, diz Pires.
Nem vem… A tentativa de Onyx Lorenzoni (Casa Civil) de fazer Jair Bolsonaro flertar com a ideia de migrar do PSL para o DEM fez setores da segunda sigla torcerem de imediato o nariz para a proposta.
…que não tem Um grupo que congrega nomes influentes do partido diz que a pauta de costumes pregada pelo presidente não se encaixa na história do Democratas.
Antes tarde… O forte discurso de Geraldo Alckmin na convenção do PSDB, nesta sexta (31), surpreendeu aliados do tucano. Tanto que as críticas ao governo Bolsonaro renderam gracejos nos bastidores: “Se ele tivesse falado assim na campanha, estava hoje no Planalto!”, brincou um amigo.
Sua régua Integrantes do PSL ficaram contrariados com o fato de o presidente ter dito à revista Veja que foi “pegando qualquer um” para disputar as eleições pelo partido em 2018. Alguns deputados se ofenderam, entre eles o líder da bancada na Câmara.
Sua régua 2 O Delegado Waldir (PSL-GO) avaliou a expressão como “inadequada”. “Não acredito que ‘qualquer um’ teria voto. E ele precisa lembrar que os parlamentares já dependeram dele, mas isso passou. Quem depende do PSL agora é o governo, que não tem do que reclamar. É a sigla mais fiel, mais do que o DEM, que tem três ministérios.”
De gaiato no navio O presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), não apoiou substitutivo apresentado pelo PL (ex-PR), na quinta (30) à reforma da Previdência. O nome dele foi incluído na lista entregue à direção da Câmara, mas acabou retirado após a checagem de assinaturas.
Menos um Bivar pediu para sua assessoria averiguar o que havia acontecido após publicação de nota no Painel. “Nunca assinaria algo assim”, disse. Com isso, caiu para quatro o número de deputados do PSL que apoiam a medida.
TIROTEIO
A nota um cria clima de denuncismo, não ajuda no processo educativo e provoca comportamentos inadequados
Da deputada Professora Dorinha (DEM-TO), sobre texto do MEC que estimula a denúncia de pais, alunos e professores pró-manifestações