Aceno de Bolsonaro a Moro com vaga no STF dá força à discussão no Congresso para retardar aposentadoria de ministros

Dobre a aposta A pretensão de indicar o ministro Sergio Moro (Justiça) para a primeira vaga que for aberta no Supremo, anunciada por Jair Bolsonaro neste domingo (12), pode ser frustrada pelo Congresso. Integrantes do STF foram avisados de que uma nova revisão da chamada PEC da Bengala está sendo discutida por deputados e senadores. A ideia é incluir no texto da reforma da Previdência uma emenda que eleva a idade de aposentadoria obrigatória de ministros da corte de 75 para 80 anos.

Injeção de ânimo A medida está sendo rascunhada por caciques do Congresso há algumas semanas. A fala do presidente em entrevista ao programa do jornalista Milton Neves, da rádio Bandeirantes, neste domingo, tende a dar gás ao movimento.

Segue o barco Se aprovada, a medida pode estender a permanência dos ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello na corte. Pela regra atual, eles teriam de deixar o STF em 2020 e 2021, respectivamente.

Fica, vai ter bolo Na magistratura, a fala de Bolsonaro foi interpretada como um “sossega leão” no ministro da Justiça. A avaliação é o que presidente quis afagar Moro e impedi-lo de, diante das dificuldades que enfrenta, abandonar o governo tão cedo.

Esforço concentrado Em meio à imensa pressão nas redes sociais e ao bombardeio de grupos de WhatsApp após a retirada Coaf das mãos de Moro, o Congresso trabalha para acelerar a instalação da chamada CPMI das Fake News.

Esforço concentrado 2 Líderes do centrão da Câmara e do Senado fizeram um apelo a suas bancadas para que assinem o pedido de criação da comissão, de autoria do deputado Alexandre Leite (DEM-SP).

Ponta do lápis Na semana passada, mais de 100 deputados e 15 senadores já tinham chancelado o pedido. Para que a CPMI seja criada, são necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.

Explique-se O TCU analisa dois pedidos de investigação da decisão de Jair Bolsonaro de suspender uma propaganda do Banco do Brasil. O tribunal vai pedir explicações ao BB, mas já tende a abrir uma auditoria para apurar o caso, avaliando o cumprimento do contrato e seu cronograma.

Reação Depois de o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, dizer que o Congresso está colocando uma “mordaça” no órgão, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, afirma que “setores jacobinos tentam desinformar e subverter” o debate sobre a aprovação da emenda que limita as atividades de auditores.

Reação 2 “Por que um procurador ou um delegado precisam de autorização judicial para ter acesso a dados protegidos por sigilo fiscal e um auditor não?”, ele questiona. “A resposta é simples e óbvia: a autorização legal se limita à administração tributária e aduaneira. Auditor que compartilha dados sigilosos sem aval judicial comete crime.”

Vai e volta Após instalar um mal-estar com a declaração de que “até dízimo de igreja” seria taxado com a criação de um novo imposto, Marcos Cintra vai se reunir com o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos líderes da bancada evangélica.

Vai e volta 2 A reunião, chamada pelo presidente Jair Bolsonaro, também terá a participação do ministro Paulo Guedes (Economia). Eles vão tratar de instruções normativas para instituições religiosas.

Além da fronteira Os três tuítes que o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, fez na semana passada –incluindo o da foto ao lado do ministro Santos Cruz (Secretaria de Governo)–, tiveram 1,8 milhão de interações, calcularam seus aliados.

Calçada da fama Depois de convidar oficialmente o apresentador José Luiz Datena para se filiar ao PSL, dirigentes do partido miram novos famosos com vistas às próximas eleições. Integrantes da cúpula da sigla sonham em ter seus quadros Danilo Gentili e até o dono do SBT, Silvio Santos.


TIROTEIO

A garantia de indicação ao STF é um vergonhoso pagamento pelos serviços que Moro prestou na última campanha eleitoral

De Rui Falcão (PT-SP), sobre o presidente Jair Bolsonaro dizer que assumiu o compromisso de indicar Sergio Moro (Justiça) ao Supremo