Movimento estudantil desperta e entusiasma oposição, que vai manter distância tática de atos
Arar o solo Partidos de esquerda assistiram a distância, mas com entusiasmo, à primeira mobilização de estudantes contra a política do Ministério da Educação. Deputados dizem que o protesto foi organizado pelas redes e sem a intervenção de siglas. A expectativa é a de que os movimentos ganhem corpo. As legendas vão monitorar os atos, mas sem se incorporar a eles. Elas não querem contaminar com disputa ideológica o embrião de protestos que podem se tornar um problema para o presidente.
Cresça e apareça O fato de as manifestações de estudantes terem ocorrido, ainda em que em pequeno porte, em diversas cidades das regiões Sudeste e Nordeste impressionou parlamentares da oposição. Isso seria, na avaliação deles, sinal de que há margem para dar amplitude aos atos.
Erva daninha A oposição debate a crise na educação, nesta quarta (8), com as lições tiradas das jornadas de 2013 na cabeça. Naquele ano, quando os partidos entraram em campo, primeiro, foram rejeitados. Depois, perderam o controle da pauta —nascedouro da ruptura que desaguou na queda de Dilma Rousseff.
Registre-se O despertar do movimento estudantil ocorre às vésperas de greve convocada pelos professores, dia 15.
Vale a pena ver de novo? Integrantes da cúpula do Congresso e de siglas simpáticas a Jair Bolsonaro assistiram atônitos, no fim de semana, ao novo round de embates entre o presidente, simpatizantes de Olavo de Carvalho e os militares do governo.
De camarote “Incrível” e “tudo explode do nada. Eles são loucos” foram o teor de algumas das mensagens trocadas, em privado, por esses políticos.
Sou mais eu A inação de Bolsonaro diante das ofensas a Santos Cruz (Secretaria de Governo) reforçou a sensação de que o presidente avaliza o ataque e tenta enviar nova mensagem aos militares de que tem se incomodado com a tentativa deles de tutelá-lo.
Deus é conosco As críticas de Olavo de Carvalho aos membros das Forças foram replicadas pelos evangélicos nas redes. Parlamentares ligados às igrejas entendem que os militares atuam para afastar Bolsonaro da base social conservadora que o elegeu.
Corte seco A demissão de Letícia Catelani da Diretoria de Negócios da Apex em meio à queda de braço entre olavistas, grupo ao qual ela pertence, e o general Santos Cruz, padrinho do novo presidente da agência, pegou funcionários do órgão de surpresa.
Testando limites Aliados de Catelani dizem que, segundo o estatuto da Apex, ela só poderia ser demitida de uma diretoria pelo conselho da agência. Para esse grupo, o novo presidente do órgão, Sergio Ricardo Segovia, cometeu um “ato ilegal” ao desligá-la.
Pernas, para que te quero A expectativa de que o governo apresente ainda nesta semana o chamado “plano Mansueto”, que vai avalizar financiamentos para os estados, provocou uma corrida informal entre governadores. Eles querem entrar logo na fila de autorizações para empréstimos.
Farinha pouca Como o governo federal avisou que só poderá avalizar R$ 10 bilhões por ano, há o temor de que a verba acabe antes de atender a todo mundo que precisa.
Depois não reclama Deputados do PSL que estão na comissão especial da reforma da Previdência dizem que até agora não receberam qualquer orientação do Planalto ou do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), sobre como conduzir a ida do ministro Paulo Guedes (Economia) ao colegiado nesta quarta (8).
Visitas à Folha Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, visitou a Folha nesta segunda-feira (6), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.
O jurista Ives Gandra da Silva Martins visitou a Folha nesta segunda. Estava acompanhado de Igor Mauler Santiago, advogado, e de Lucas Tavares, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Enquanto eles brigam, o povo está sem emprego, os hospitais estão sem remédio, e as universidades, sem dinheiro
Do senador Angelo Coronel (PSD-BA), sobre os atritos entre Bolsonaro, aliados de Olavo de Carvalho e o ministro Santos Cruz