Cargos ofertados pelo Planalto são insuficientes para atender partidos, dizem dirigentes
Bateu na trave A iniciativa do governo de distribuir cargos de segundo escalão para alavancar o apoio de partidos à reforma da Previdência dá sinais de que vai naufragar. A lista de opções que chegou ao Congresso é insuficiente para atender a todas as siglas que poderiam se alinhar ao Planalto. Há mais: fatia expressiva dos postos tem vínculo com o Nordeste e não atenderia a parlamentares do Sul e Sudeste. Dirigentes de legendas dizem ainda que as negociações estão mal conduzidas, sem sinal de conclusão.
Só o começo Comandantes de partidos de centro e centro-direita avaliam também que a decisão de liberar R$ 10 milhões em emendas por ano pode fidelizar alguns votos, mas não todos. Deputados que atuam na ponta de lança da articulação tinham, em gestões anteriores, nacos mais importantes para exercer influência.
Faz-me rir Esses dirigentes dizem que a reforma da Previdência avançou até aqui apoiada no prestígio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas que a força dele “tem limites” e que ninguém vai “comprar briga com professor e policial” só com base nos apelos do democrata.
Rei posto A escolha de Samuel Moreira (PSDB-SP) para a relatoria da reforma da Previdência na Câmara provocou desconforto em ala do partido. Ele foi chefe da Casa Civil de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin. O ex-presidenciável, que deixa em breve a direção do PSDB, era contra o embarque da sigla na empreitada.
Rei posto 2 Na quarta (24), a executiva do PSDB fez reunião em Brasília e, segundo relatos, Alckmin deixou o local convencido de que nenhum tucano teria papel de destaque na tramitação da Previdência. A escolha de Moreira foi vista por deputados de outros partidos como um aceno de Maia ao atual governador de SP, João Doria (PSDB).
No laço Valdemar Costa Neto, do PR, acertou há um mês que o comando da comissão especial da reforma ficaria com sua sigla, mas precisou reforçar o lobby na manhã desta quinta (25), véspera do anúncio. Pelo posto, abdicou do comando da comissão que vai analisar o projeto da tributária.
Estratégia Motivo: Valdemar acha que, no comando da Previdência, o PR terá mais poder.
Não é comigo Integrantes do Exército dizem que os comandantes das Forças têm muito claro que os generais que estão no Planalto representam o governo, não o Estado ou a instituição. Por isso, a ordem é não responder a qualquer ataque de Olavo de Carvalho ao vice ou a ministros.
Pote até aqui Deputados que conversaram com Jair Bolsonaro nas últimas semanas disseram que ele chegou a usar palavrões em meio a comentários desairosos sobre Hamilton Mourão. Como mostrou O Estado de S. Paulo, o presidente criticou o vice durante voo às vésperas do início dos ataque de Carlos.
Vai ter luta Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES informou que vai recorrer da decisão do TCU que o condenou a pagamento de multa e inabilitação para cargos públicos por seis anos. Segundo sua assessoria, ele considerou o veredito “flagrantemente injusto e descabido”.
Vai ter luta 2 Em nota, a assessoria diz que Coutinho “foi um gestor diligente e não se omitiu na cobrança das chamadas ‘pedaladas fiscais'”. “Ao contrário, conseguiu junto com o Ministério da Fazenda a quitação, em 2015, de todo o montante devido ao BNDES.”
Visitas à Folha O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso visitou a Folha nesta quinta (25), onde foi recebido em almoço, a convite do jornal. Estava acompanhado de Sérgio Fausto, diretor-superintendente da Fundação FHC, e José Luiz de Castro Lima, chefe de gabinete da entidade.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), visitou a Folha nesta quinta. Estava acompanhado de Cícero Monteiro, chefe de gabinete, André Curvello, secretário de Comunicação Social, e Manoel Vitório, secretário de Fazenda.
TIROTEIO
Após o STJ, não há mais dúvida de que Lula cometeu crime. Mas tem julgador ansioso para aliviar mais a situação dele
Do senador Lasier Martins (PSD-RS), sobre a confirmação em corte superior dos vereditos da Justiça Federal sobre o ex-presidente