Bolsonaro consultou presidentes do Congresso e do STF sobre ação na Venezuela; houve divisão
Guarda compartilhada Jair Bolsonaro dividiu com chefes dos outros dois Poderes a deliberação sobre o envio de ajuda humanitária à Venezuela. Ele chamou reunião dizendo que queria apresentar o quadro no país vizinho aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Rodrigo Maia, e do STF, Dias Toffoli, ao lado de um grupo seleto de ministros. Durante a conversa, pediu que cada um se posicionasse. Não houve consenso. Maia e militares do Planalto foram contra. Os demais endossaram a iniciativa.
Prólogo A reunião antecedeu o anúncio da decisão do governo de enviar mantimentos e remédios aos venezuelanos em meio à ofensiva da oposição –com apoio dos americanos– para derrubar o ditador Nicolás Maduro.
Avisado está Os generais Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (GSI) teriam ponderado que o Brasil poderia emitir sinais equivocados ao se envolver na crise na Venezuela num momento em que a disputa política lá chega perto do auge.
Avisado está 2 Eles ainda alertaram que o país poderia estar sendo usado como isca para fomentar conflito e dar margem a uma intervenção militar dos EUA.
Palavra de honra Bolsonaro, então, teria garantido aos presentes que não autorizaria o ingresso de tropas americanas na Venezuela por meio do território brasileiro. Opinaram pela ajuda humanitária os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, além de Toffoli e Alcolumbre (DEM-AP).
Pago para ver Ala do governo ligada ao chanceler Ernesto Araújo acredita que Maduro não deve investir com força contra venezuelanos ou brasileiros. “São só provocações. A Venezuela não tem condição de levar isso adiante”, avalia um integrante desse grupo.
Pago para ver 2 Ex-ministros da Defesa também dizem que a Venezuela não tem interesse em provocar conflito intenso na fronteira. Ao menos duas pessoas morreram em embate nesta sexta (22).
Fim da fila De volta a Brasília após o recolhimento que sucedeu sua derrota na disputa pela presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) tem dito que, como a hierarquia por números está em alta, ele é o senador 081.
Colar os cacos Integrantes de partidos de oposição, como PT e PC do B, trabalham para reunificar a atuação da esquerda no Congresso, em especial na Câmara.
Colar os cacos 2 Um grupo de petistas espera que, no dia 28, o bloco formado por PDT, Solidariedade, Podemos, PC do B, Pros, Avante e DC seja desfeito e, a partir daí, a união de PDT, PC do B, PSB e PSOL torne-se novamente possível.
Água e óleo A articulação, no entanto, é vista com descrença por uma ala da sigla de Lula, que prevê divergência na estratégia a ser adotada diante da reforma da Previdência. O PDT tem pregado o que chama de oposição propositiva.
Santo de casa… O projeto do governo para as novas regras de aposentadoria não tem apoio unânime nem no PSL. A bancada conta com um grupo de servidores –como delegados e policiais– que já estuda emendas para diminuir a idade mínima e o tempo de transição para carreiras da segurança pública.
… não faz milagre Deputados do partido de Bolsonaro também admitem estarem sentindo, desde já, a pressão por parte de algumas categorias, como professores, por alterações na reforma –os recados chegam especialmente por meio das redes sociais.
Vida real Até aliados da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) admitem que, hoje, são praticamente nulas as chances de ela vencer a disputa pela presidência da Assembleia de SP. O favorito, avaliam, é mesmo Cauê Macris (PSDB-SP).
De olho A GM sinalizou ao governo de São Paulo que teria interesse em comprar a planta de caminhões da Ford que está sendo fechada em São Bernardo do Campo.
TIROTEIO
O ministro assinou atestado de culpa e de hipócrita ao pedir foro. Cada dia que ele fica governo reduz as chances da reforma
Do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), sobre Marcelo Álvaro Antônio, a quem o parlamentar se refere como o ‘ministro das laranjas’