Por presidência do Senado, Renan busca apoio em caciques tradicionais do MDB, como Temer e Sarney

A arte da guerra Diante da possibilidade de enfrentar uma disputa interna contra Simone Tebet (MDB-MS) pela indicação do partido à eleição para a presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) se voltou aos caciques tradicionais do MDB. Há poucos dias, o alagoano esteve com Michel Temer. A conversa, segundo aliados de ambos, rendeu. Renan saiu com a promessa de que o ex-presidente, de quem nunca foi especialmente próximo, não trabalhará contra ele. José Sarney enviou sinal semelhante.

Sou de ninguém Renan também tem trabalhado para diminuir a resistência do governo Jair Bolsonaro ao seu nome. Ele buscou integrantes do núcleo político do Planalto e membros do PSL para erguer uma bandeira branca.

Nós por ele Governadores de diversas siglas entraram em campo para pedir apoio ao senador alagoano. Rui Costa (PT-BA) tem dito que Renan garantiria “uma salvaguarda” aos estados diante de eventual ofensiva muito brusca da equipe econômica, por exemplo.

Me basto Aliados de Tebet não estão parados, ao contrário. Fizeram forte operação nos últimos dias para dizer que, se ela não for escolhida pelo MDB, poderá voltar com o plano de disputar a presidência independentemente do aval do partido, com o apoio de outras siglas, como o PSDB.

Vai ter volta A ala que apoia o alagoano avisa que, se ela for para o vale tudo sem o aval da legenda e perder, terá dificuldade até para ficar com o comando da Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo.

Com emoção Embora a bancada do MDB no Senado se reúna nesta terça (29) para discutir a eleição na Casa, a definição interna deve ficar para quinta (31) ou sexta (1º), dia da disputa, após os seis novatos eleitos desembarcarem em Brasília.

5ª série A A direção do Senado tenta mediar um impasse. Após definir que o gabinete de Vicentinho Alves (PR-TO) seria cedido a novo senador eleito pelo Tocantins, recebeu ofício no qual Alves informava que havia passado o espaço ao colega Angelo Coronel (PSD-BA), que já se alojou.

5ª série B Motivo da rebeldia: o senador não quer entregar a sala a quem o derrotou.

Está feito Ao selar, na noite desta segunda (28), acordo com o PP, o MDB e o PTB, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), praticamente garantiu a reeleição. O acerto, inclusive, amplia a chance de ele liquidar a disputa no primeiro turno. A esquerda deve organizar bloco purista, beneficiando o democrata.

Contrapé A tragédia que se abateu sobre os mineiros com o rompimento da barragem de Brumadinho (MG) começou a corroer o capital político de Romeu Zema (Novo), que acaba de assumir o estado. Governadores de outras regiões e políticos de Minas dizem que ele parece perdido e incapaz de responder à crise.

Expertise Numa tentativa de dar tração operacional à gestão, Zema reabilitou ao menos três quadros que atuaram nas gestões dos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia –inclusive o líder do governo na Assembleia Legislativa.

Não custa tentar Após o segundo rompimento de uma barragem em três anos, o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) busca no exterior alternativas para o armazenamento de rejeitos de minério. Durante os próximos dias, ele se reunirá com empresas que trabalham com outras técnicas.

Em dólar A avaliação interna, no entanto, é a de que os altos custos de operações adotadas no exterior tornam tecnologias mais seguras pouco aplicáveis à realidade brasileira.

Memória viva Diante da convicção de que o ex-presidente Lula não deve ter vitórias na Justiça no curto e médio prazo, a direção do PT se reúne nesta terça (29) em São Paulo para discutir a retomada da campanha “Lula livre”. Os petistas buscam ações que possam manter o ex-presidente em evidência.


TIROTEIO

Desculpas tépidas se amontoam. A Vale, antes conhecida por extrair ferro, se especializou em meter gente debaixo da terra

Do procurador Vladmir Aras, sobre o advogado da Vale ter eximido a diretoria de responsabilidade pelo desastre em Brumadinho (MG)