Processo contra Moro no CNJ pode criar risco para futuro político de ex-juiz

Juros de longo prazo A discussão no Conselho Nacional de Justiça sobre a abertura de processo disciplinar contra Sergio Moro mesmo após ele ter deixado a 13ª vara de Curitiba pode impor obstáculos ao futuro político do ex-juiz, caso ele queira disputar eleições. A lei que trata das inelegibilidades veda a candidatura de “magistrados e membros do Ministério Público (…) que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de oito anos”.

Pela ordem O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, pediu para que o colegiado analise na próxima semana, dia 11, se os questionamentos ao trabalho de Moro como juiz da Lava Jato devem prosseguir mesmo após ele pedir demissão para assumir cargo no governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Pela ordem 2 A discussão vai preceder debate sobre a atuação de Moro no dia em que Lula quase foi solto por um habeas corpus de Rogério Favreto, do TRF-4.

Todos por um Na ocasião, houve uma guerra de decisões. Moro despachou quando estava de férias para evitar a soltura. O impasse foi parar no CNJ. Se, neste caso, o conselho decidir que os questionamentos ao ex-juiz perderam o objeto por ele ter deixado a magistratura, os demais deverão ter o mesmo destino.

Notório Integrantes do colegiado dizem que, se o CNJ decidir instaurar procedimento contra Moro, abrirá um flanco para ataques a uma eventual candidatura do ex-juiz. Sempre se poderá argumentar, dizem esses quadros, que ele já sabia que era alvo de reclamações formais quando deixou a magistratura.

Dessa água… Moro tem negado interesse em disputar eleições. Antes de se somar à equipe de Bolsonaro, ele rechaçou diversas vezes a possibilidade de ocupar cargo político.

Prioridades Auxiliares do presidente eleito tentam convencê-lo a tirar o status de ministério da pasta de Direitos Humanos. Esse grupo argumenta que é preciso zelar pelo discurso de enxugamento da máquina pública.

Prioridades 2 Pela proposta de técnicos da transição, o ministério deveria se tornar uma secretaria especial.

Unidos venceremos Para superar a cláusula de barreira, o PC do B vai incorporar o PPL (Partido Pátria Livre), neste domingo (2), em um ato em São Paulo.

Cada um por si Como o PT e o PDT, o PC do B também busca protagonismo na esquerda. Neste final de semana, o partido discutiu a formação de uma frente democrática a ser encabeçada por Manuela d’Ávila, que disputou como vice de Fernando Haddad (PT) a eleição presidencial, e pelo governador do Maranhão, Flávio Dino.

CEO Paulo Guedes, o homem que vai comandar o superministério da Economia no governo Bolsonaro, pretende gerir sua pasta como uma grande empresa privada. Ele tem dito que todos os “diretores”, que na verdade serão os seis secretários especiais, se reportarão a ele e se reunirão em uma espécie de conselho.

Todo ouvidos Guedes também têm afirmado que vai recrutar nomes para compor um conselho consultivo. A ideia é que esse grupo o municie periodicamente com avaliações.

Linha direta Aliados de Bolsonaro no Congresso criticam o modelo que Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro chefe da Casa Civil, quer implementar na articulação política. Cientes de que ele pretende colocar ex-parlamentares em campo para fazer a ponte Legislativo-Planalto, alertam que preferem negociar com ministros, sem intermediários.

Sobreviveu Lorenzoni decidiu colocar Pablo Antônio Tatim, que hoje atua no governo Michel Temer, no comando da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da próxima gestão. Ele ajudará a redigir a medida provisória que vai adequar a estrutura da Esplanada aos planos de Bolsonaro.


TIROTEIO

A maioria do STF reconhece o indulto humanitário, coerente com os anteriores e feito por quem conhece o sistema prisional

De Gabriel Faria Oliveira, defensor público-geral federal, sobre seis ministros terem avalizado o decreto do indulto de Michel Temer