Toffoli cria grupo de trabalho para segurança pública; Alexandre de Moraes vai comandar colegiado
Eis-me aqui Dias Toffoli, presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça, decidiu instituir um grupo de trabalho para acompanhar, debater e propor políticas de segurança pública. A equipe, criada via CNJ, será chefiada por outro integrante do STF, o ministro Alexandre de Moraes, e contará com mais oito nomes, entre eles o do general da reserva Fernando Azevedo e Silva, indicado por Jair Bolsonaro para a Defesa. A iniciativa reposiciona o Judiciário no centro de debates sobre o tema.
Ovo ou galinha? Pessoas que acompanharam as conversas que precederam a criação do grupo de trabalho dizem que Toffoli sondou os integrantes da equipe antes de Bolsonaro anunciar que Sergio Moro comandaria o Ministério da Justiça, pasta que assumirá a segurança pública na próxima administração.
Ao trabalho A primeira reunião do grupo capitaneado por Moraes será na próxima semana, dia 28. O ministro, pinçado por Toffoli para a tarefa, já ocupou o Ministério da Justiça e foi secretário de Segurança de São Paulo. Ele e Moro têm relação cordial.
Ao trabalho 2 A ideia é inserir o Judiciário nas discussões sobre o tema dentro do governo federal e dos estados e alavancar a tramitação de propostas consideradas prioritárias no Congresso.
República da farda O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, hoje consultor da ONU, entrou na bolsa de apostas para chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública na gestão de Moro.
Volta do que já foi Integrantes da Associação de Delegados da Polícia Federal dizem que Maurício Valeixo, futuro diretor-geral da PF, é extremamente competente. Ponderam, porém, que sua nomeação pode representar o retorno do modelo de administração da era de Leandro Daiello.
Ponto de vista Valeixo foi braço direito de Daiello, o mais longevo diretor-geral da PF. Habilidoso politicamente, o ex-chefe desagradava algumas alas do órgão que o consideravam pouco corporativista.
Palpite Delegados e integrantes da corporação em SP creem que o superintendente no estado, Disney Rosseti, pode ser alçado a diretor-executivo da PF.
RSVP Fernando Haddad (PT) foi convidado a participar do lançamento de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, dia 1º de dezembro, em Nova York.
Uni-vos Os dois ideólogos da frente tratam a iniciativa como uma forma de se contrapor à proliferação de governos nacionalistas pelo mundo. Varoufakis enviou uma carta a Haddad no último dia 16 para reforçar o convite.
Welcome No texto, o economista apresenta sua frente internacional como um “antídoto” ao avanço da extrema-direita “por toda a parte”. “Como alguém com imenso respeito por suas lutas no Brasil, ficaria muito feliz e honrado em encontrá-lo”, disse o grego. Haddad confirmou presença.
Deu A confirmação de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) no Ministério da Saúde de Bolsonaro ampliou o desconforto de dirigentes do centrão com o espaço que o partido conquistou –três novos ministros serão do DEM. A resposta, diz um deles, pode vir na votação de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara.
Teu passado A articulação para levar José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio, ao comando do Conselho Deliberativo do Sebrae causou desconforto em alguns setores. Tadros chegou a ser multado por nomear o filho quando chefiou o Sebrae no AM.
Pressa A indicação de Tadros foi conduzida pelo presidente Michel Temer, numa jogada casada para fazer de João Henrique de Almeida Souza, antigo aliado, presidente do Sebrae. A manobra antecipou a passagem de bastão no órgão à posse de Bolsonaro.
TIROTEIO
Nunca duvidei que uma das metas desta direita, por seus vários intérpretes, era prestar serviço à multinacionais do petróleo
Do ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE), sobre os planos da equipe de Jair Bolsonaro de privatizar ao menos algumas áreas da Petrobras
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Erramos: o texto foi alterado
Diferentemente do inicialmente publicado na nota ”Ao trabalho”, a primeira reunião do grupo de segurança pública do CNJ será dia 28 de novembro, e não 24. A informação foi corrigida.