Temer emplaca aliado no Sebrae com apoio empresarial antes de deixar poder
Cadeira cativa O presidente Michel Temer e os líderes das três maiores confederações empresariais do país selaram acordo para manter controle sobre o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), uma das organizações financiadas pelo bilionário Sistema S. Um aliado de Temer, o ex-deputado João Henrique Sousa, será o novo presidente da entidade, com mandato garantido até o fim do governo Jair Bolsonaro. O presidente eleito não foi chamado a participar do entendimento.
Gestão compartilhada Embora o Sebrae seja uma organização do setor privado, vários dos seus programas são desenvolvidos em parceria com o governo federal, que ocupa 5 das 15 cadeiras do conselho deliberativo que é sua principal instância decisória.
Olho no cofre As confederações que representam a indústria, o comércio e a agricultura temem que o novo governo busque interferir no Sistema S, que arrecada R$ 16 bilhões por ano em contribuições das empresas. O Sebrae fica com mais de R$ 3,5 bilhões.
Voz do povo Diante da divisão do seu partido, o presidente do DEM, ACM Neto, diz que vai primeiro ouvir as propostas de Bolsonaro para o país, para só depois submeter à executiva nacional da sigla a tese de apoio formal ao novo governo, de acordo com a agenda que lhe for apresentada.
Encontro marcado O dirigente do DEM se encontrará na quarta (21) com Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que vai comandar a Casa Civil. Uma ala do partido resiste a apoiar o novo governo e tem procurado desestimular a ideia, mas um grupo expressivo está pronto para aderir a Bolsonaro.
Menor dos males Um ex-dirigente do BNDES que trabalhou nos governos petistas diz ter recebido com alívio a indicação do ex-ministro Joaquim Levy para chefiar o banco. Outros nomes cogitados antes pela equipe de Bolsonaro, ligados ao mercado, eram vistos como ameaça à instituição.
Talão de cheques O novo presidente do BNDES não conseguirá retomar investimentos em infraestrutura se depender apenas da iniciativa privada, afirma o ex-dirigente do banco, e sabe que precisará contar com seus recursos para alavancar os projetos de interesse de Bolsonaro.
Caso encerrado Com a decisão de Sergio Moro de antecipar sua exoneração nesta sexta (16), o corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, deverá arquivar o procedimento aberto para examinar contatos que teve com a equipe de Bolsonaro e sua indicação como ministro da Justiça.
Rebobine a fita Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram com recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região para pedir que ele seja ouvido novamente no processo que trata do apoio da Odebrecht ao instituto que leva seu nome.
Não valeu A defesa do ex-presidente argumenta que, com a exoneração de Moro, que interrogou Lula em setembro, é preciso refazer o depoimento e decidir quem irá julgar o caso. A juíza Gabriela Hardt, que ouviu o petista em outra ação nesta semana, substitui Moro até a definição do novo titular.
Entre na fila Integrantes do PP levarão à equipe de Bolsonaro a indicação do nome de Ana Pellini, secretária do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, para ocupar a pasta da área. Ela é ligada ao deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), da bancada ruralista.
Passando o bastão O general da reserva Oswaldo Ferreira, que nesta semana abriu mão do ministério que ficará responsável pela área de infraestrutura no novo governo, tem feito elogios ao general Jamil Megid Júnior, cotado para assumir a pasta no seu lugar. Os dois se reuniram nesta sexta.
Sinal de alerta Entre as propostas em análise no Congresso que ameaçam as contas da próxima administração, a que mais assusta a equipe de Bolsonaro é a que obrigaria a União a desembolsar até R$ 39 bilhões por ano para compensar estados por benefícios fiscais concedidos a exportadores.
TIROTEIO
A violência sexual contra crianças é abominável, mas acusar sem provas só causou dor e atirou uma pessoa na tortura
Da deputada Maria do Rosário (PT-RS), sobre ação movida contra Magno Malta (PR-ES) por homem falsamente acusado de pedofilia