Datafolha indica batalha de rejeições; reprovação a Haddad no Sudeste sobe
Páreo duro O novo Datafolha indica que a polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) tende a desencadear uma batalha de rejeições cada vez mais acirrada. Os dois ostentam índices altos nos três maiores colégios eleitorais. Em SP, o deputado é rejeitado por 43%; o petista por 44%. No RJ, Bolsonaro marca 36%; Haddad 34%. Minas: 43% a 32%, respectivamente. Há, porém, uma má notícia a mais para o PT: os números de Bolsonaro estabilizaram nesses estados. Os de Haddad estão subindo.
Curva ascendente Em comparação com a pesquisa anterior, a rejeição ao candidato do ex-presidente Lula subiu de 38% para 44% entre os paulistas; de 31% para os atuais 34% no Rio; e de 28% para 32% em solo mineiro. O Sudeste inteiro soma cerca de 63,5 milhões de eleitores.
Contraponto A âncora de Bolsonaro é mesmo a região Nordeste. Nela, a rejeição do deputado subiu de 56% para 61%. A de Haddad está entre as menores: 21%.
Base da pirâmide O candidato do PT avançou oito pontos percentuais entre eleitores que ganham até dois salários mínimos e lidera nesse grupo com 28% das intenções de voto. Bolsonaro desponta na faixa seguinte, de dois a cinco mínimos, mantendo-se com 34%. Entre esses, Haddad subiu cinco pontos e bateu 19%.
Sem gás A nova pesquisa deve lançar de vez o PSDB em uma crise de identidade. Mesmo com forte artilharia contra Bolsonaro e Haddad na TV, Geraldo Alckmin, o candidato tucano, não saiu do lugar. Nem em São Paulo, seu estado. Tinha 16% no levantamento anterior e manteve o mesmo índice agora.
Registro O capitão reformado, por sua vez, oscilou positivamente entre os paulistas, de 27% para 30%.
Palavra proibida A coordenação da campanha de Fernando Haddad (PT) baixou ordem interna para que o partido contenha o “excesso de otimismo”. “Ainda temos que assegurar nossa ida ao segundo turno”, diz o ex-ministro Gilberto Carvalho.
Palavra proibida 2 O comando da campanha diz que não é o momento de se especular sobre possíveis alianças ou formação de ministério em um eventual governo Haddad.
Rebelde Aliados do general Hamilton Mourão (PRTB), o companheiro de chapa de Bolsonaro, dizem que ele vai participar de debates com candidatos a vice-presidente na semana que vem, mesmo após os reiterados pedidos de silêncio.
À flor da pele Outras divergências internas têm desgastado a equipe de campanha do PSL. O protagonismo e concentração de poderes de Gustavo Bebianno, presidente da legenda, ainda incomoda outros aliados de Bolsonaro, como o general Heleno.
À flor da pele 2 A pessoas próximas, Heleno reclamou de falta de acesso às decisões do núcleo duro da campanha e de desorganização. Tanto que acenou a colegas com a possibilidade de deixar a equipe.
Soldado raso? Os desencontros na coligação estão repercutindo entre analistas do mercado financeiro. Eles dizem que os embates do capitão reformado com seu guru na economia, Paulo Guedes, começam a passar a imagem de que o presidenciável do PSL não tem o comando do time.
Foi-se Ainda assim, setores do mercado que acreditavam numa possível recuperação de Alckmin dizem que a sequência de notícias ruins desta semana para Bolsonaro pode ter chegado tarde demais. A avaliação é a de que dificilmente haverá onda capaz de mudar o cenário PSL x PT.
Vai… Márcio França (PSB), candidato ao governo de São Paulo, vai usar sua propaganda na reta final para atacar os dois principais adversários, João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB), na tentativa de chegar ao segundo turno.
… ou racha O emedebista será apresentado como “o candidato do Temer, que está na Lava Jato”, e o tucano como o que “deixou o povo na mão”.
TIROTEIO
Bolsonaro foi uma figura apagada nos seus 30 anos de vida política. Mas agora as verdades começam a aparecer
Do ex-governador Alberto Goldman (PSDB-SP), sobre as acusações feitas pela ex-mulher do presidenciável e reveladas pela revista Veja