Em despedida, Cármen Lúcia cita sensação de dever cumprido e ‘momento difícil’
Emoções eu vivi Cármen Lúcia reuniu seus principais assessores no Supremo em um jantar, em Brasília, antes de se despedir do comando da corte. A eles, fez uma fala em tom de desabafo. Agradeceu a todos pela dedicação durante o que chamou de “um momento muito difícil para o país”. Garantiu que deixa a presidência do STF com a sensação de dever cumprido e com a certeza de que levou “da melhor forma possível” uma sucessão de crises que considera inédita na história recente.
Atire a primeira pedra A gestão da ministra foi criticada por colegas, procuradores e políticos. Integrantes do MPF, por exemplo, dizem que ela não deixou um legado e apontam falta de liderança.
Tempo que não volta Após passar o bastão a Dias Toffoli, nesta quinta (13), Cármen Lúcia assume cadeira na Segunda Turma do STF, mudando a correlação de forças no colegiado, hoje majoritariamente garantista. “Quem saiu, saiu. Quem não saiu, não sai mais”, diz um auxiliar dela.
Abre o olho A prisão nesta semana do ex-governador Beto Richa (PSDB-PR) por suposto crime praticado entre 2012 e 2014 causou estranheza no STF. Medida extrema precisa estar bem fundamentada ou só servirá para alimentar as críticas de contaminação da Justiça pelo período eleitoral, dizem integrantes da corte.
Verão Passado Suplente licenciado de Alvaro Dias (PODE-PR) no Senado, o empresário Joel Malucelli, que teve a prisão decretada na mesma operação que encarcerou Richa, fez parte do conselhão do presidente Michel Temer.
Para já Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público esperam que a corregedoria instaure reclamação contra o procurador Marco Aurélio Aydos, que denunciou funcionários da Universidade Federal de Santa Catarina por injúria, até sexta (14).
Cala boca… Aydos acusou professores da UFSC de injúria contra a delegada Erika Marena, que conduziu a operação Ouvidos Moucos. A investigação levou à prisão Luiz Carlos Cancellier, à época reitor da instituição. Ele se suicidou.
… já morreu Os funcionários participaram de ato em memória de Cancellier, mas nem sequer citaram Marena.
Ausência presente A cúpula do PSL não aprova a tentativa do general Mourão (PRTB), vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), de substituir o candidato nos debates. A campanha quer o púlpito vazio para lembrar as pessoas de que o titular foi vítima de um ataque.
Reatar laços Um grupo de empresários e banqueiros receberá Ana Amélia (PP-RS), a vice de Geraldo Alckmin (PSDB), em um jantar, na sexta (14), em São Paulo. O encontro será na casa de Gustavo Junqueira, da Sociedade Rural Brasileira.
RSVP A ideia do anfitrião é reapresentar aos colegas as vantagens de “um governo de centro”. Participarão da conversa nomes como Rubens Ometto, do grupo Cosan, Horácio Lafer Piva, da Klabin, Claudio Lottenberg e Massimo Bauducco.
Light A campanha de Alckmin vai retomar ataques a Bolsonaro, mas prepara programas mais centrados em propostas para áreas como saúde e educação para levar ao ar nos próximos dias.
Prioridade A direção do PT defende que Fernando Haddad, oficializado candidato a presidente, concentre parte de sua agenda na região Sudeste, onde está metade do eleitorado do país. A ideia é mesclar atividades na região com idas ao Nordeste, principalmente às capitais.
Sessão VIP Na sexta (14), Haddad vai participar de comício na Cinelândia, no Rio. O PT vai montar um telão no local para transmitir aos militantes a entrevista dele ao vivo ao Jornal Nacional. A expectativa é reunir 20 mil pessoas no ato.
Sem moleza A campanha de Ciro Gomes (PDT) submeteu a indicação de Haddad a pesquisas qualitativas. Resultado: acha que a troca não será facilmente assimilada pelo eleitor.
TIROTEIO
Exemplo do que chamamos de racismo institucional. Sintoma da formação do STF, de maioria branca, insensível à questão
De Dennis de Oliveira, coordenador da Rede Quilombação, sobre o Supremo ter rejeitado acusação contra Bolsonaro de racismo