Haddad e Ciro avançam sobre espólio de Lula e anunciam batalha na esquerda
Os herdeiros de Lula Dois nomes dominam a disputa pelo eleitorado que vai influenciar de maneira decisiva a corrida presidencial. Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) são os que mais avançam sobre o espólio de Lula, indica o Datafolha. Haddad, candidato ainda oficioso do PT, atraiu os setores em que o padrinho político despontava: cresceu entre os mais pobres, no Norte e no Nordeste e entre os que têm ensino fundamental. Ciro também avançou sobre esses votos. Anúncio de nova batalha, a da esquerda.
Estava escrito A campanha de Ciro vinha dizendo há dias que só via uma vaga disponível no segundo turno –e apostava que ela ficaria entre o pedetista e Haddad. No PDT, o palpite hoje é o de que um dos dois passará à próxima fase da disputa para rivalizar com Jair Bolsonaro (PSL).
Teu passado Ciro foi preparado para mudar de atitude com relação a Haddad e deve começar a criticar o petista. O caminho indicado: indagar como alguém que não se reelegeu prefeito de São Paulo pode estar gabaritado para disputar a Presidência.
Com lupa Detalhamento do Datafolha mostra que, na região Nordeste, mesmo com uma campanha tímida, Haddad subiu oito pontos percentuais em comparação com levantamento de agosto, de 5% para 13%. Ciro subiu seis, de 14% para 20%. No Norte, o pedetista passou de 10% para 14% e Haddad de 5% para 13%.
Com lupa 2 Entre os que ganham até dois salários mínimos –faixa na qual Lula aparecia no último Datafolha com 49% das intenções de votos–, Ciro oscilou três pontos, de 10% para 13%. Haddad subiu sete, de 3% para 10%.
Os nossos Uma análise com foco só nos eleitores que declaram voto em Ciro mostra que 43% deles sabem que Fernando Haddad é o escolhido de Lula. Outros 11% acham que o indicado do ex-presidente é o pedetista e 38% não sabem quem foi o ungido.
Vida real Apesar da ofensiva na Justiça para tentar postergar a substituição de Lula na cabeça da chapa presidencial, advogados que auxiliam o PT não apostam no adiamento do prazo. Uma das defensoras de Lula no TSE, Maria Claudia Bucchianeri, conversou com ministros nesta segunda -feira (10).
Copo meio cheio Apesar de Bolsonaro ter oscilado positivamente em quase todas as faixas do eleitorado na esteira da repercussão de seu atentado, o pior cenário pintado pelos rivais não se confirmou. Não houve um tsunami de adesões e a rejeição do candidato permanece alta em setores importantes, como o das as mulheres.
Por que não eu? Publicitários que operam para candidatos ditos de centro temem hoje que o crescimento de Ciro Gomes o transforme no destinatário natural dos eleitores que tendem a optar pelo chamado voto útil contra Bolsonaro.
Estátua A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) esperava que ele aparecesse com dois dígitos neste levantamento, mas a oscilação tímida, de 9% para 10%, tende a ampliar a pressão sobre o tucano. No Sudeste, região em que é mais conhecido, ele registrou os mesmos 12% de agosto neste novo levantamento.
Calcanhar de Aquiles João Doria (PSDB) vai iniciar ofensiva sobre seu principal rival na corrida pelo governo de São Paulo, Paulo Skaf (MDB). Sua campanha dirá, no rádio, a partir desta terça (11), que o presidente licenciado da Fiesp é o candidato de Michel Temer.
Seta no alvo Doria e Skaf apareceram tecnicamente empatados no último Datafolha estadual. Nesse cenário, parte do tucanato passou a defender que ele começasse a desgastar o emedebista.
Visita à Folha José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), visitou a Folha nesta segunda (10). Estava acompanhado da engenheira Denise Soares Putzke, gestora dos projetos de infraestrutura, e Doca de Oliveira, coordenadora da assessoria de comunicação.
TIROTEIO
O PT já desrespeitou demais a Justiça e os eleitores ao assumir a aposta arquitetada pela megalomania do seu líder
De Ana Amélia (PP-RS), candidata a vice na chapa do PSDB, sobre o PT insistir em Lula candidato, mesmo após o TSE declará-lo inelegível