Ataque a Jair Bolsonaro abre novo capítulo de disputas internas no PSL

Linha de sucessão A saída de cena de Jair Bolsonaro (PSL) da linha de frente da campanha presidencial abriu novo espaço às disputas internas na cúpula da coligação dele. Integrantes do PSL que há tempos criticam o protagonismo de Gustavo Bebianno, presidente interino da legenda e braço direito do presidenciável, esperam que agora ele perca força e poder decisório. Essa ala da sigla atua para que os filhos do deputado –Flávio, Eduardo e Carlos– passem a ditar os rumos do partido na eleição.

Não nasceu ontem Como mostrou o Painel em julho, a atuação de Bebianno é criticada no PSL. Até parentes do presidenciável reclamam da ascendência do auxiliar sobre Bolsonaro. Recentemente, as rusgas se tornaram públicas.

Deixe que digam A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) orientou seus simpatizantes a não responder a provocações de partidários de Bolsonaro. A avaliação é a de que como Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou o candidato, foi filiado ao PSOL de 2007 a 2014, o ânimo entre as duas militâncias tende a se acirrar.

Um puxa o outro Os desdobramentos políticos do ataque a Bolsonaro preocupam o PT do Rio. Explica-se: César Maia (DEM) disputa uma das duas vagas de senador escorado em Eduardo Paes (DEM), líder isolado da corrida ao governo. O favoritismo deste, avaliam os petistas, deve ajudar o DEM na corrida ao Senado.

Efeito colateral Nesse cenário, a disputa pela outra vaga de senador se dará entre Lindbergh Farias (PT) e Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável alvo de ataque.

Deu para ti A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de todas as acusações feitas contra o deputado Fábio Faria (PSD-RN) por Ricardo Saud, delator da JBS. No despacho, afirma que “não foi possível colher nenhum elemento” que comprovasse as declarações do colaborador.

Deu para ti 2 O caso ganhou destaque em meio ao escândalo da JBS porque Saud disse que a mulher de Fábio, Patrícia, filha de Silvio Santos, participou de um jantar no qual os homens teriam falado de repasses. O deputado sempre rechaçou o relato. A apresentadora se envolveu pessoalmente na defesa dele.

Paga para ver Na tentativa de mensurar melhor a percepção de seu eleitorado sobre o atentado a Bolsonaro, o PT submeteu o noticiário do ataque a pesquisas qualitativas. Os resultados fizeram a cúpula da sigla levantar dúvidas sobre o impacto que o episódio  terá nas intenções de votos.

Não, gente Segundo dirigentes do PT, não são poucas as reações que, de alguma forma, relativizam o atentado citando falas polêmicas de Bolsonaro sobre o ataque a tiros à caravana de Lula ou na votação do impeachment de Dilma.

Não, não, não A sigla, porém, vai continuar desestimulando oficialmente qualquer manifestação com esse tipo de comparação.

Perdido entre os polos Aliados de Geraldo Alckmin, o presidenciável do PSDB, temem que a condição de vítima ajude Bolsonaro a diminuir sua rejeição e transforme a eleição no que chamam de uma disputa entre “dois mitos”: o que sofreu um atentado e o que está preso em Curitiba.

Cabeça e coração Presidente do maior partido da coligação de Alckmin, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), candidato à reeleição, fez um programa inteiro na TV com o tema “Sou Lula”. “Sou um dos milhões de brasileiros que são Lula”, disse. No Piauí, o petista passava de 70% das intenções de voto.

Tela em branco A propaganda gratuita gerou uma crise entre integrantes da coligação Rede e PMN em São Paulo. Durante toda a primeira semana do horário eleitoral, os nomes dos candidatos a cargos na Câmara e na Assembleia não foram ao ar.

Paciência A cúpula da Rede alega falta de recursos. Quem está de fora da TV e do rádio reclama da desorganização.


TIROTEIO

Os que apostam que atentados nos intimidam não nos conhecem. Estamos dispostos a morrer pelo que acreditamos

Do deputado Major Olímpio (PSL-SP), sobre os rumos da campanha de Jair Bolsonaro após o presidenciável do PSL ter sido esfaqueado