Sem debates, Bolsonaro corre risco de não ter palanque para responder ataques

Sem réplica nem tréplica Ao repensar a ida de Jair Bolsonaro (PSL) a sabatinas e debates, a campanha do presidenciável acabou animando rivais que formulam estratégias para o horário eleitoral. O capitão reformado do Exército terá apenas oito segundos de propaganda na TV, mais 11 inserções. Se decidir faltar aos confrontos televisivos, explicam especialistas, corre o risco de desaparecer da telinha no momento em que a artilharia de adversários como Geraldo Alckmin (PSDB) vai começar a circular.

Meu caminho Alckmin é dono do maior tempo de propaganda eleitoral entre todos os presidenciáveis e é consenso que uma parte de seu arsenal de 437 inserções será usado para lançar dúvidas sobre a capacidade de Bolsonaro de comandar o país ou de se contrapor ao PT no segundo turno.

De bando O tucano não deve ser o único a alvejar o capitão reformado. Henrique Meirelles já fez peças criticando o discurso radical de Bolsonaro. Se não for a debates, o deputado corre o risco de ficar sem palanque para se defender em rede nacional. O horário eleitoral começa na sexta (31).

Poucos e bons Parte dos coordenadores da campanha de Bolsonaro defende que ele vá ao menos nos confrontos da TV aberta. Essa era a estratégia acertada com o presidenciável até o fim da semana.

Vence o melhor? O deputado tem dito que vai fazer programações nas redes sociais para se contrapor à audiência do horário eleitoral. A estratégia, inédita, é vista com ceticismo por quem trabalha com propaganda eleitoral. Este, aliás, será um dos duelos paralelos da eleição: a televisão contra a internet.

Arroz de festa Com tempo de publicidade na TV e no rádio também relativamente pequeno –38 segundos mais 51 inserções– Ciro Gomes (PDT) vai adotar linha contrária à de Bolsonaro. Ele aposta em sabatinas, debates e na cobertura diária dos compromissos de campanha para ampliar sua exposição.

Como luva O despacho do Comitê de Direitos Humanos da ONU a favor da candidatura de Lula vai se tornar peça central de todas as ações que o PT vai apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo para tentar manter o petista na disputa.

Vai que cola Na reunião com o presidente Michel Temer, o ministro Dias Toffoli, que assume o comando do STF no dia 13 de setembro, apresentou fórmula que, segundo ele, poderia quase zerar o impacto do reajuste do Judiciário nas contas públicas.

Elas por elas O aumento proposto pelo Supremo é de 16,38%, ou R$5,3 mil. O auxílio-moradia de juízes rende R$4.377 –livre de tributação. Segundo Toffoli, como os juízes terão que pagar imposto de renda de 27,5% sobre o reajuste, no fim, ele custaria quase o mesmo que o privilégio.

Os russos A proposta de Toffoli é, aprovada a revisão dos salários, extinguir o auxílio. Mas entidades ligadas ao Judiciário dão mostras de que não estão dispostas a abrir mão de penduricalhos. Há apreensão em torno de julgamento que Cármen Lúcia marcou para o dia 12 de setembro, seu último no comando do STF.

Apego O caso questiona o pagamento do auxílio-alimentação a magistrados, que varia de R$ 884 a R$ 1.925. Associações que representam a categoria tiveram audiência com Toffoli na quinta (23).

Para depois Com a celeuma, integrantes da corte acreditam que o assunto não será esgotado em apenas uma sessão. Apostam que, ainda que Cármen Lúcia tenha trazido o tema à tona, ele não será solucionado na gestão dela.

É gente Formulando estratégias para a campanha pelo governo de São Paulo, aliados de João Doria (PSDB) colocaram na ponta do lápis o peso da máquina comandada pela coligação que apoia o tucano.

É gente 2 Os prefeitos de siglas que se aliaram a ele governam, juntos, 26 milhões de paulistas, mais da metade da população.


TIROTEIO

É autoritário querer corrigir a vontade popular. Sem juízo são os que acham que a democracia é só para o andar de cima

Da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao ex-presidente do STF Carlos Velloso, que ironizou o fato de a preferência pela sigla ter crescido