Para se contrapor ao PT, Ciro faz imersão no agronegócio e acena a ruralistas

O inimigo do meu inimigo Premido pela ofensiva do PT para fazer de Fernando Haddad, herdeiro de Lula, o nome mais competitivo da esquerda, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, decidiu começar uma imersão em setores resistentes à cartilha petista. Escoltado por Kátia Abreu (PDT-TO), sua vice, o pedetista fechou uma série de reuniões com representantes do agronegócio. As primeiras conversas de Ciro com o setor serão na sexta (24), em Tocantins, e depois no Centro-Oeste, em Mato Grosso.

No campo azul Ciro também vai tentar fazer pontes com eleitorados que, nas últimas eleições, majoritariamente, optaram pelo PSDB contra o PT: São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

Fale com eles Aliados de Fernando Haddad que estão cientes de que ele ainda precisa vencer resistências internas no PT o aconselharam a dedicar mais tempo a conversas com deputados federais, especialmente de SP. Também querem que ele se aproxime de Luiz Marinho, o candidato da sigla ao governo do estado.

Veio em Boa hora A semana terminou melhor do que começou para o petista. A pesquisa da XP Investimentos que apontou capacidade de transferência de votos de Lula para o ex-prefeito foi descrita como “um banho de pragmatismo” nos que ainda resistem à ideia de ceder a cabeça de chapa do PT a Haddad.

Letra fria da lei Após o PT entregar o pedido de registro de Lula ao TSE, ministros que compõem o Tribunal Superior Eleitoral fizeram uma reunião fechada para debater que caminhos seguir a partir dali. Ao final, optaram pelo rito mais ortodoxo possível.

Sangue, suor e lágrimas As horas que antecederam o ato petista foram tensas, com sugestões até de fechamento do protocolo da corte pontualmente às 17h –o registro entrou no sistema às 17h12.

De volta O ex-ministro José Dirceu (PT) acompanhou parte da caminhada feita pela militância petista pelo registro de Lula, na quarta-feira (15). Ele foi aconselhado a não ir até o ponto final, na frente do TSE. Poderia soar provocação, disseram os aliados.

Ficha Condenado no mensalão e na Lava Jato, Dirceu está solto graças a decisão do STF.

Sem apego Antes de o MDB impugnar a coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), integrantes da campanha de Henrique Meirelles consultaram dirigentes da sigla sobre a possibilidade de a medida constranger Michel Temer, que acenou ao tucano em entrevista à Folha. Ouviram que era para seguir em frente.

Democrático Na petição ao TSE, o MDB pede que a corte exclua da aliança do tucano ao menos seis partidos que teriam falhado na entrega de atas: PTB, PP, PRB, DEM e Solidariedade. Se o pedido for acolhido, o tempo de TV dessas siglas será redistribuído entre os demais candidatos.

Não pega nada O advogado da campanha de Alckmin, Ricardo Penteado, diz que não há qualquer divergência nos documentos apresentados pelos partidos ao TSE.

Sinal dos tempos Servidores do Ministério da Agricultura se surpreenderam ao, na semana passada, perceberem que o secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, estava circulando armado pelos corredores do órgão.

Sinal dos tempos 2 Novacki, número dois na hierarquia do ministério, é coronel da Polícia Militar. Procurada, a assessoria da pasta confirmou que ele porta, sim, arma no ambiente de trabalho.

Sinal dos tempos 3 “Eumar Novacki é faixa preta em tae-kwon-do e coronel da PM. Ele tem o hábito de sempre andar armado, dentro ou fora das dependências da pasta.”

Linha dura O clima no órgão não é dos mais amigáveis. Recentemente, a cúpula da Agricultura decidiu cruzar dados do ponto eletrônico com os das catracas de acesso ao prédio. Queriam saber se alguém estava burlando a carga horária. Encontraram.


TIROTEIO

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