Presidenciáveis avaliam apelo a voto útil para combater desencanto dos eleitores

O nada como adversário O novo Datafolha deve reforçar o discurso de publicitários que têm aconselhado presidenciáveis do centro a pregar o voto útil desde o início da campanha. A pesquisa mostra que eleitores dispostos a votar em branco ou nulo resistem a mudar de ideia no segundo turno, etapa em que historicamente muitos optam pelo nome menos rejeitado. Nos cenários sem Lula, até 73% dos que se recusam a escolher candidato no primeiro turno seguem sem votar em ninguém quando só há duas opções.

Menu degustação Uma mobilização precoce pelo voto útil começou a ser debatida nos últimos dias em comitês de candidatos da centro-direita que, após analisar o resultado de eleições extemporâneas realizadas em estados como Tocantins, redobraram a preocupação com o impacto do desencanto do eleitor.

Veste a camisa Em Tocantins, quase metade do eleitorado não foi às urnas. Estrategistas das campanhas presidenciais dizem que, num cenário que tende à alta abstenção, detentores de voto engajado têm vantagem. Hoje, avaliam, só Jair Bolsonaro (PSL) e o PT possuem esse tipo de apoio.

Eleitor nem nem Nas simulações de segundo turno, o maior índice de resiliência do voto em branco e nulo (73%) aparece no embate entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad, visto como plano B do PT. O tucano só consegue mobilizar 14% dos eleitores inertes. O petista, 10%.

Vai tu mesmo Sem Lula, Marina Silva (Rede) é a que consegue convencer mais eleitores a desistir de votar em branco ou nulo no segundo turno. Quase um terço do grupo que não elege ninguém na primeira etapa da corrida eleitoral acaba aderindo a ela nos cenários em que a ex-senadora disputa o mata-mata eleitoral.

Por um fio Levado à lona pelo levante dos caminhoneiros, o governo Michel Temer agora monitora com lupa cada movimento da categoria e acompanha com preocupação mudanças de humor no setor. A paralisação afundou de vez a popularidade do presidente.

Melhor prevenir Eliseu Padilha (Casa Civil) recomendou recuar da definição sobre o tabelamento do frete ao perceber que desarranjo no acordo inicialmente firmado havia inflamado grupos paredistas.

Blindado O Banco do Brasil decidiu contratar uma empresa de auditoria externa para acompanhar o novo processo de licitação que escolherá até quatro agências para fazer sua publicidade. O contrato é de até R$ 500 milhões por 12 meses de serviço, renováveis por mais cinco anos.

Segunda chance A estatal redobrou os cuidados com a seleção após o nome da primeira colocada da concorrência anunciada no ano passado ter sido antecipado pela Folha. A reportagem levou o banco a suspender a licitação. Todo o processo será refeito agora.

Caixa forte Além da auditoria externa, o BB restringiu o número de integrantes da comissão que vai analisar as propostas das agências e ainda definiu que a sala em que os materiais serão avaliados será monitorada por câmeras.

Sarrafo alto O banco decidiu aumentar a exigência de patrimônio líquido mínimo das agências que queiram concorrer, de R$ 5 milhões para R$ 12,5 milhões. Com isso, tenta garantir que apenas empresas habilitadas ao serviço se apresentem. Entre as 50 maiores do país, boa parte se enquadra no critério.

Algodão entre cristais Alckmin avisou ao tucanato que só começará a rodar São Paulo a partir de agosto. Motivo: até lá, não quer melindrar Márcio França (PSB), seu aliado e sucessor no governo do estado, posando ao lado de João Doria (PSDB). O ex-prefeito vai disputar com o atual governador a eleição estadual.

Quem vai O PT paulista ainda tenta atrair o PDT e o PC do B para uma aliança em torno de seu candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Luiz Marinho. O primeiro partido, porém, quer ter candidato próprio. O segundo discute apoiar Márcio França.


TIROTEIO

Tucanos anunciam exatamente o contrário do que disse Jorge Ben Jor: alckmistas não estão chegando, estão saindo

Do deputado Silvio Costa (Avante-PE), num trocadilho com o nome de Geraldo Alckmin (PSDB), que vive tormentosa pré-campanha