Com estado em crise, Cemig reajusta pela terceira vez jetons de conselheiros
A força do exemplo Com o governador Fernando Pimentel (PT) sob a ameaça de um processo de impeachment por corte no repasse de verbas para municípios, o conselho de administração da Cemig, a companhia energética de Minas, decidiu reajustar os jetons dos integrantes do colegiado. O aumento na remuneração dos conselheiros de R$ 14 mil para R$ 20,5 mil foi aprovado em reunião do último dia 30. A deliberação ocorreu sob o comando de José Afonso Bicalho, secretário de Fazenda do estado.
Meu legado Este é o terceiro reajuste nos jetons do conselho de administração da Cemig em três anos. O estado é o acionista majoritário da empresa. Bicalho encerrou sua passagem à frente do colegiado na reunião que selou o aumento da bonificação.
Meu legado 2 Para o novo presidente do conselho, o aumento será de R$ 18 mil para R$ 25 mil. Procurada, a companhia disse que não iria comentar.
Brasil real Pré-candidato ao Senado, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), recebeu 500 pessoas para uma celebração de seu aniversário dentro do órgão na última quinta-feira (3).
Rir ou chorar Na sexta (4), um texto sobre a comemoração estampava uma página inteira do Diário Oficial do Legislativo do estado. Título: “Emoção e alegria marcam aniversário do presidente”. Foto: o deputado, em frente ao seu bolo de três andares, debaixo de uma chuva de papel picado.
Mui amigos O presidente da Assembleia disse ter sido surpreendido com a “animada recepção” organizada para ele.
Persona non grata Na terça (8), a Câmara Municipal de São Paulo vai retomar a análise da cassação do título de cidadão paulistano de Marcelo Odebrecht e de Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa.
Bumerangue O presidente da Associação Nacional de Magistrados do Trabalho, Guilherme Feliciano, diz que a queda no número de ações pós-reforma trabalhista poderá ser sucedida pela alta de pedidos de produção prévia de prova.
Garantia Segundo ele, empregados passaram a usar esse recurso para reduzir o risco de condenação ao pagamento de honorários à outra parte.
Lei de Newton A decisão do STF de restringir o foro especial apenas para deputados e senadores fez ressurgir no Congresso discussão sobre projetos que poderiam coibir o que parlamentares têm chamado de práticas abusivas por parte do MP e do Judiciário.
Forma e conteúdo Há resistência na Câmara em tratar o tema a partir de propostas que punem o abuso de autoridade. A ideia é conduzir o embate em torno de questionamento sobre quem fiscaliza o MP.
Bala na agulha Congressistas lembram que há um substitutivo pronto para ser votado na CCJ do Senado que prevê a responsabilização do Estado por danos decorrentes de erros de integrantes do MP. O texto cita falhas ocasionadas por “dolo, fraude ou uso indevido de informações e documentos que obtiverem”.
Pega o embalo O presidente da Ajufe, Roberto Veloso, prega que a restrição ao foro definida pelo Supremo seja replicada. “O ideal é que haja esse efeito cascata, a começar pelo STJ”, diz. Segundo ele, o caminho é a provocação da discussão de regra geral a partir de um caso concreto.
Vai tarde? O telefonema de Geraldo Alckmin (PSDB) para Michel Temer na quinta (3) deu força a pré-candidatos do centro que tentam se reorganizar longe de tucanos e emedebistas. Embora o ex-governador e o presidente ainda estejam longe de acerto definitivo, a trégua foi repreendida em tom de desdém como um abraço de afogados.
Grão em grão Em articulação para criar uma frente alternativa, a presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), se encontrará com Marcos Pereira (PRB) na quarta (9). Ambos estão em tratativa sobre aliança com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
CONTRAPONTO
Quebrando o clima tenso que tem domina a corte, ministros do STF concluíram em cerca de 15 minutos e entre risos uma reunião administrativa que fizeram no dia 25 de março.
— Esperem! Vou votar! — disse Luís Roberto Barroso, que acabou chegando atrasado.
— Justiça tardia, não… — provocou Cármen Lúcia.
Vencido, Barroso perguntou o que tinha sido decidido.
— Pagamento de retroativos a quem tem menos de 50 anos!— respondeu Alexandre de Moraes, o único que se encaixa na faixa etária na atual composição do tribunal.