Em recall de delação, empreiteira separa dados sobre metrô e Rodoanel em SP
Roleta russa O recall da delação da Andrade Gutierrez, iniciado semana passada, deve ampliar a tensão no tucanato. A cúpula da empresa, que já complementou relatos sobre Aécio Neves (PSDB), separou documentos para adensar informações sobre obras no metrô e no Rodoanel de SP –marcas das gestões de José Serra (2007-2011) e Geraldo Alckmin (2003-2007 e 2010-2018). Entre eles, um e-mail, que registra um encontro com membros do partido e uma agenda que mostra quem participou da reunião.
Tempo é tudo As negociações pela retomada de depoimentos de delatores da Andrade começaram no final de 2016, mas só deslancharam agora.
Fim do túnel Pessoas próximas a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, um dos personagens que assombram o tucanato, dizem que a família do ex-diretor da Dersa está desesperada com a prisão dele e vê na denúncia contra a filha do engenheiro, Tatiana Souza Cremonini, uma forma de pressioná-lo a falar.
Memória Souza foi mencionado por um colaborador da Andrade na primeira fase da delação da empreiteira.
Quem vai Coordenadores da campanha de Alckmin ao Planalto pediram dados a diversas instituições, como a Todos Pela Educação, a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e o Instituto Alfa e Beto para ajudar a dar forma às propostas do tucano para a área.
Sandálias da humildade Dirigentes do PSB lembram que o receio de algumas alas do partido a Joaquim Barbosa reside na personalidade do ex-presidente do STF. Esses pessebistas afirmam que a campanha é um vestibular para eventual mandato e que ele não deveria esperar ser ungido pelo partido, mas sim correr atrás de apoios.
Força da gravidade Já os defensores da candidatura de Barbosa tentam estimulá-lo com a avaliação de que, se ele se consolidar nas pesquisas e se tornar um nome forte em SP, o governador do estado, Márcio França, ex-vice de Alckmin, seria compelido pela realidade a apoiá-lo.
Siga o mestre Candidato à reeleição ao governo de SP, Márcio França sondou o publicitário Luiz Gonzalez sobre a possibilidade de ele tocar sua campanha. Fora do circuito há anos, Gonzalez, que atuou para Alckmin e Serra, não pareceu disposto a voltar a atuar nas eleições.
Águas passadas Vereadores que tiveram indicados demitidos por João Doria (PSDB) após terem se posicionado contra a reforma da Previdência paulistana pediram ao novo prefeito de SP, Bruno Covas, que reveja as exonerações.
Uni-vos Entidades que representam advogados e defensores públicos interessados nas ações que pedem para o Supremo rever o entendimento da prisão após condenação em segunda instância querem reforçar a ofensiva pela mudança. Decidiram pedir para ingressar como “amicus curiae” na nova solicitação feita à corte, desta vez pelo PC do B.
Um por todos A sigla se envolveu na causa após a prisão do ex-presidente Lula.
Entrelinhas O PC do B argumenta que só dois integrantes do Supremo defendem a execução automática da pena após condenação em segunda instância. Os demais, ressaltam, veem a antecipação da prisão como possibilidade.
Em nome dele Sob esse argumento, a sigla quer que a corte declare inconstitucional a súmula do TRF-4 que foi usada para viabilizar a prisão de Lula
Oráculo De dentro da PF, o petista mandou recado para que a sigla comece a definir alianças nos estados.
CONTRAPONTO
O pecado mora ao lado
Antes do início de um jantar com parlamentares e dirigentes do PSD, na última quarta-feira (18), o ex-governador Geraldo Alckmin passou alguns minutos conversando com o anfitrião do encontro, o deputado Fábio Faria (PSD-RN), no saguão do edifício que o parlamentar usa quando está em Brasília.
Durante o papo dos dois, o ministro Raul Jungmann (Segurança), do governo Temer, apareceu. Surpresos, os presentes perguntaram se ele também havia sido convidado para o encontro de pretensos apoiadores do tucano.
— Não, calma! É que eu moro aqui!