Relator da Lava Jato, Fachin abre mão de inquérito sobre Padilha e Moreira Franco
Sob nova direção O inquérito que apura relatos de delatores da Odebrecht de que os ministros Moreira Franco (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil) atuaram na arrecadação de recursos de caixa dois para o MDB e intermediaram interesses do grupo na Secretaria de Aviação Civil deve sair das mãos de Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Por decisão do próprio ministro, que pediu para o processo será redistribuído. Ele entendeu que os fatos não têm vínculo com a operação que está sob sua batuta.
Alhos e bugalhos A decisão de Fachin, publicada na última quinta (1º), atendeu a um pedido da defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que também é citado na ação.
Mudei de ideia Os advogados de Eliseu Padilha fizeram a mesma solicitação em junho do ano passado. Na ocasião, Fachin negou. Desta vez, o ministro disse que, “melhor confrontando o objeto da petição”, entendeu que a alegação de ausência de vínculo entre as acusações e a Lava Jato —desvios na Petrobras— era correta.
Outro destino Fachin encaminhou o caso à presidência do Supremo. Ele pediu que um novo relator seja sorteado. Se a ministra Cármen Lúcia acatar, em consequência, réus que eventualmente sejam baixados à primeira instância estarão fora das mãos do juiz Sergio Moro.
Copa e cozinha O relato sobre um jantar no Palácio do Jaburu em que os aliados do presidente Michel Temer teriam solicitado R$ 10 milhões à Odebrecht em recursos para a campanha de 2014 faz parte deste inquérito.
Nada consta Moreira e Padilha sempre negaram irregularidades. O primeiro, inclusive, costuma dizer que contrariou interesses das empreiteiras e que suas desavenças com as empresas durante sua passagem pela Aviação Civil foram públicas.
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