Lula diz que juízes do TRF-4 não poderão fazer seu ‘julgamento político’ e vê adesão à sua tese nas ruas
Apesar de vocês… Enquanto voava para Porto Alegre, na véspera da decisão que vai definir os rumos da eleição de 2018, Lula fez uma análise sobre o próprio futuro. Disse aos aliados que seu “julgamento político” não será feito pelos três juízes do TRF-4 que dirão, nesta quarta (24), se ele deve mesmo ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. O petista ressaltou apoios que recebeu nos últimos dias, disse que sua versão ganhou aderência e garantiu que sua história não terminaria ali.
Briga de rua Lula ressaltou que está “muito feliz” por acreditar que está “ganhando a batalha na sociedade” –o que tem sido mostrado, segundo ele, pelas pesquisas de intenção de votos.
Ombudsman O ex-presidente não esboçou euforia, ansiedade ou irritação aos companheiros de partido. Enumerou todos os veículos de comunicação do exterior que, considera, publicaram artigos que contemplaram sua visão sobre a disputa jurídica na Lava Jato.
Sem imunidade Lula também listou os especialistas que, ressaltou, sem que ele pedisse, criticaram a sentença de Sergio Moro.
Desiguais Juízes e integrantes de cortes superiores que opinaram sobre o julgamento avaliam que é nula a possibilidade de não haver qualquer divergência entre os três titulares da turma do TRF-4 que vai julgar Lula. Ao menos na dosimetria das penas, dizem, haverá desencontro. Muitos apostam em 2 a 1.
Menos é mais O advogado de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, José Luís de Oliveira Lima, abriu mão de fazer sua sustentação oral no julgamento do recurso do ex-presidente.
Fiz minha parte A defesa do empreiteiro entendeu que os memoriais entregues aos juízes seriam suficientes para contemplar o lado dele no julgamento. O depoimento de Pinheiro é a coluna vertebral da acusação contra Lula e peça fundamental à sentença de Sergio Moro.
Prova real O governo vai usar o rombo recorde de R$ 268,8 bilhões da Previdência em 2017 para inflar o esforço pela aprovação de mudanças nas regras de aposentadoria em fevereiro.
Prevenir Se a reforma não sair, o Planalto apostará em quatro projetos para segurar suas contas: a privatização da Eletrobras, a reoneração da folha de pagamento, o aumento na contribuição previdenciária de funcionários públicos e a MP que cancelou reajustes de servidores.
No prejuízo Cristiane Brasil (PTB-RJ) tem dito a aliados que o impasse jurídico que travou sua ida para o Ministério do Trabalho causou-lhe dano eleitoral irreparável. A deputada, que deseja disputar a reeleição, vê o risco de não conseguir ser reconduzida à Câmara.
Vira o disco A bancada do PTB na Câmara vai pressionar Roberto Jefferson, presidente do partido e pai da deputada, a indicar o nome de Alex Canziani (PTB-PR) para o posto se o Supremo não liberar a nomeação de Brasil até a próxima semana.
Minha causa Apesar de considerar a substituição uma saída menos desgastante, o governo quer ir até o fim no embate com o STF. Aliados do presidente Michel Temer dizem que a corte não pode agir como detentora de poder absoluto.
Tudo ok Aliados de Cármen Lúcia rebateram críticas à decisão em que ela cassou a posse de Brasil. Dizem que a peça foi técnica e se ateve à competência do STJ para tratar de matéria constitucional.
Sem ler Mas mesmo os afeitos à presidente do STF admitem ela abriu portas aos críticos ao conceder a liminar reconhecendo que documentos básicos, como a ordem do STJ que era contestada, não haviam sido anexados à ação recebida pelo Supremo.
TIROTEIO
Meu princípio é do cumprimento da lei. Que se faça Justiça, abstraindo-se o personagem. Se for culpado, condene. Se for inocente, absolva.
DO MINISTRO MENDONÇA FILHO (EDUCAÇÃO), que defende um julgamento isento para o ex-presidente Lula nesta quarta (24), no TRF-4, em Porto Alegre.
CONTRAPONTO
Unir o útil ao agradável
Aliados há anos, o governador Geraldo Alckmin e o presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, foram juntos de carro até Bauru, em 2005. O dirigente tucano, que é médico, atende no município.
Durante o trajeto, Tobias, que estava no banco de trás, aproveitou para reforçar pedidos de destinação de recursos para cidades que compõem sua base eleitoral. Ao perceber que não recebia nenhuma resposta, cutucou Alckmin e perguntou.
— Você está dormindo ou simplesmente não quer ouvir o que eu estou falando?
— As duas coisas! — respondeu o governador.