Meirelles mira eleitorado de Alckmin e formula plataforma para atrair a região Nordeste

Frio e calculado Henrique Meirelles (PSD) não está disposto a fazer um voo cego. Embora repita que só definirá a candidatura ao Planalto em 2018, o ministro da Fazenda tem consultado especialistas para construir desde já sua estratégia eleitoral. Trabalha com os seguintes dados: para crescer, precisará buscar votos no chamado “campo azul” e disputar o público de Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Em outra frente, deve montar plataforma para o Nordeste, região para a qual vai falar com mais intensidade.

Na hora da dor Os analistas consultados por Meirelles dizem que, se o ex-presidente Lula (PT) for impedido pela Justiça de concorrer, o Nordeste ficará “viúvo”.

Vai que dá O ministro foi convencido de que há espaço para crescer entre os que já votaram no PSDB. Ouviu que, diante do patamar de conhecimento do governador Geraldo Alckmin (85%, segundo o Datafolha), o ponto de partida do tucano está baixo –entre 6% e 12%.

Prévia O ministro da Fazenda esteve na quinta (7) em um culto da Assembleia de Deus, em Manaus. Falou como candidato e até testou um possível slogan de campanha: “Vamos gerar um Brasil de oportunidades”.

Hora H Dirigentes de partidos que apoiaram o PSDB nas últimas eleições dizem que Alckmin passará pelo teste de fogo sobre sua capacidade de liderança ao arbitrar a divisão do tucanato sobre a nova Previdência.

Vai ou racha? Até a noite desta sexta (8) havia dúvida se o paulista incluiria o tema em seu discurso na convenção deste sábado (9).


Estrela guia Quem organizou a convenção –palco da ascensão de Alckmin ao comando do tucanato– fez questão de organizar o evento de modo que, ao discursar, o governador apareça sozinho.

Recuo tático O prefeito João Doria (PSDB-SP) será enfático ao defender a candidatura de Alckmin ao Planalto. E só. Decidiu não dar pistas sobre seu futuro político.

Agora ou nunca A saída de Antonio Imbassahy (PSDB-BA) da Secretaria de Governo fez com que deputados da base de Michel Temer estimulassem o peemedebista e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a tentar colocar a reforma da Previdência em votação já na próxima semana.

Então é Natal Aliados de Temer argumentaram que, se o tema ficar para a semana do dia 18, é grande o risco de não haver quorum. Eles avaliam que o fim da novela Imbassahy no Planalto pode ajudar a virar votos, especialmente na bancada da Bahia.

Monotemáticos Maia e Temer vão debater as condições de aprovação da reforma neste fim de semana.

Prioridades Integrantes do TSE acreditam que a corte não demorará a analisar o pedido de registro do ex-presidente Lula, que deve ser entregue em agosto de 2018. Dizem que o tribunal sabe de seu “dever institucional” e da repercussão do caso.

Direto ao ponto O ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, usou sua fala na Universidade Stanford (EUA) para responder indiretamente às críticas à decisão da primeira turma do Supremo sobre o aborto até o terceiro mês de gestação.

Pingos nos is Barroso afirmou que pesquisas sobre o assunto deveriam indagar se é correto determinar que polícia e promotores obriguem uma mulher a ter um filho que ela não quer ou ainda se, no caso de interrupção da gravidez, ela deve ser enviada para um presídio controlado pelo crime organizado.

Visita à Folha Ilona Szabó de Carvalho, Leandro Machado e Patricia Ellen da Silva, cofundadores do Agora!, visitaram a Folha nesta sexta-feira (8). Estavam acompanhados de Victor de Martino, diretor de Comunicação.


TIROTEIO

O discurso moralista não se sustenta. Além de ter sido do partido do Maluf, Bolsonaro é um deputado que defende a família, a dele.

DO DEPUTADO IVAN VALENTE (PSOL-SP), sobre Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ter empregado a mulher e outros parentes em seu gabinete na Câmara.


CONTRAPONTO

Quem não arrisca não petisca!

Na quarta (6), a Câmara analisou um projeto sobre o auxílio financeiro às exportações. Durante a sessão, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), perguntou como votava o PSDB.

— Vota sim — respondeu Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que emendou:

— Aproveito e faço um apelo pelo projeto de refinanciamento das dívidas das micro e pequenas empresas e também pelo projeto dos lotéricos. Eles estão morrendo!

— Vamos votá-los, mas não necessariamente os dois hoje. Vossa excelência pede demais, deputado Hauly!

— Imagine! Peço pouco, muito pouco!