Para palacianos, governo Temer corre risco de cair se não priorizar relação com a base no Congresso

Congresso, seu lindo Palacianos não fazem mais rodeios para vaticinar: ou o governo mantém o Congresso perfilado ou corre sérios riscos de cair. Um auxiliar lembra que Michel Temer não tem “fígado de aço” como Renan Calheiros. Seu poder de resistência, portanto, é menor. Para tentar ganhar algum fôlego, o ideal seria uma reforma ministerial urgente.  A presença de Eliseu Padilha (Casa Civil), alvejado pela Odebrecht, é a principal incógnita. O problema é que o ano praticamente acabou.

Pior do que tá, fica “Calma, essas são só as primeiras delações. Falta chegarmos até a de número 77”, ironiza um palaciano. Para o governo, a extensa delação dos executivos da Odebrecht traz uma vantagem: “Ao menos estão todos no mesmo barco”.

mariz

Se deu bem, hein? No jantar do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), advogados brincavam com Antônio Cláudio Mariz de Oliveira sobre Temer ter desistido de nomeá-lo para o Ministério da Justiça: “Escapou de uma roubada, né?”, disse um.

Não desiste Aos olhos de integrantes do governo, as perguntas feitas pelo ex-deputado Eduardo Cunha tinham um objetivo inconteste: lançar na praça uma espécie de roteiro de delação para obter alguma possível ajuda para tirá-lo da prisão.

Fala que te escuto O Palácio do Planalto deu sinal verde para que as centrais sindicais enviem estudos com opções de flexibilização das regras de transição da reforma da Previdência.

Já é alguma coisa Congressistas querem que a reforma inclua condições especiais para a aposentadoria de quem já está no mercado de trabalho. Viram com bons olhos a janela aberta pela equipe de Michel Temer.

Estímulo na veia O Ministério das Cidades apresenta a montadoras de ônibus na terça-feira (13) um programa para a renovação das frotas. O objetivo é estimular a compra de ao menos 10 mil unidades. Para isso, oferecerá linha de crédito de R$ 3 bilhões.

Na surdina Para conter paralisações e ações dos agentes fiscais, Geraldo Alckmin enviou à Assembleia Legislativa de SP, às vésperas do recesso, um projeto que reorganiza a carreira e eleva de R$ 9.000 para R$ 12.000 o piso salarial dos agentes.

Vi vantagem Nas contas da Secretaria da Fazenda, o acordo custará R$ 20 milhões aos cofres estaduais, mas é visto como uma vitória do governo. A categoria pedia a alteração do teto salarial, o que traria impacto de R$ 1,5 bilhão às contas do Estado.

Meu quinhão Pelo menos 200 municípios pleiteiam na Justiça direito à multa da repatriação, que iria só para os Estados. A ofensiva é liderada pela Frente Nacional de Prefeitos. Capitais como Fortaleza, Manaus e Cuiabá já conseguiram liminares.

Vale panetone A expectativa é que o dinheiro ajude a salvar o 13º do funcionalismo.

No forno A investigação do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as operações de crédito do BNDES está avançando. O primeiro alvo será o frigorífico Marfrig.

Vem briga A aprovação pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara de projeto que prevê a extinção do Carf, órgão alvo da Zelotes, deixou advogados em polvorosa. Espera-se forte reação do empresariado se a medida avançar no Congresso.

No bolso Sem o Carf, as empresas não terão como recorrer administrativamente das multas do fisco. Para brigar na Justiça, é preciso dar garantias financeiras.

Roda presa Estudo do Fórum Econômico Mundial indica que o Brasil caiu 13 posições no ranking de adoção de medidas de livre comércio. A falta de avanço na negociação de acordos comerciais atrapalhou o desempenho.


TIROTEIO

Temer já esclareceu que a doação foi à sigla e foi legal. O resto é fantasia para prejudicar quem está colocando o país nos trilhos.

DO DEPUTADO BALEIA ROSSI (PMDB-SP), líder da bancada, sobre a acusação de que executivo da Odebrecht levou dinheiro ao escritório de um amigo de Temer.


CONTRAPONTO

Direto ao ponto

Em outubro de 2015, o então deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP) precisou levar o filho Tomás, hoje com 11 anos, para Brasília durante um período de recesso escolar. Ao chegar com o rebento na reunião da bancada, Carlos Sampaio, então líder da sigla na Casa, brincou:
— Temos um novo deputado. Quer a palavra?
— Quero — respondeu, de pronto, o menino.
O microfone foi passando de mão em mão até chegar ao filho do futuro vice-prefeito de São Paulo. O garoto não se fez de rogado e seguiu:
— Quero saber quando vocês vão votar o impeachment! — cobrou, provocando risos.