Dilma consulta Renan e pode indicar advogado Luiz Fachin para vaga no STF
BRUNO BOGHOSSIAN
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL
A presidente Dilma Rousseff consultou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a possível indicação do jurista paranaense Luiz Edson Fachin para ocupar a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) em 2014 com a aposentadoria do ex-ministro Joaquim Barbosa.
Renan, que vinha demonstrando resistência à escolha de Fachin, reduziu sua rejeição. A aliados, relatou que disse à presidente que trabalhará pela aprovação do nome do jurista no Senado, apesar de destacar que não será um processo fácil.
Dilma e Renan tiveram um encontro na segunda-feira (13), no Palácio do Planalto. Nesta terça-feira (14), Fachin vem sendo tratado como “o nome mais forte” para a vaga, segundo fontes ouvidas pela Folha no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e no Congresso. A indicação do novo ministro pode ser feita por Dilma ainda hoje.
Após a escolha, o nome será enviado ao Senado, onde passará por uma sabatina e precisará ser aprovado pelo plenário, em votação secreta.
Quando o governo passou a trabalhar pela indicação de Fachin, caciques do PMDB no Congresso demonstraram resistência aberta ao nome do jurista, por considerá-lo vinculado ao PT e a movimentos sociais como o MST.
Dilma se convenceu da escolha há cerca de duas semanas, segundo a Folha apurou. Desde então, seus emissários procuraram dirigentes do PMDB e aliados de Renan para costurar sua indicação sem o risco de uma derrota do Planalto na votação do Senado.
Na edição da última sexta-feira (10), o Painel já mostrava que Dilma via com desconforto a ideia de indicar um nome que fosse “imposto” por algum dos outros Poderes, e que passara a dizer a aliados que desejava bancar um nome de sua preferência –o que devolvia Fachin ao páreo.
As resistências de Renan diminuíram ao longo dos últimos dias, mas, até o fim de semana, o governo ainda temia o resultado da votação secreta. Uma derrota no plenário aprofundaria a crise entre o Executivo e o Legislativo, além de turbinar a desconfiança entre o Planalto e o PMDB.
Para evitar uma derrota, Dilma passou a cogitar a indicação de um ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), como Mauro Campbell, Benedito Gonçalves e Luís Felipe Salomão.
Fachin também ganhou força nas últimas semanas ao receber, reservadamente, o aval do presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski.