PT pedirá que Renan barre pedido da CPI da Petrobras

Bruno Boghossian
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no plenário, em 2013 (Foto Pedro Ladeira/Folhapress)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no plenário, em 2013 (Foto Pedro Ladeira/Folhapress)

A bancada do PT no Senado pedirá nesta terça-feira (1º) que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),  rejeite o pedido de instalação de CPI da Petrobras protocolado pela oposição.

O argumento, baseado em uma análise feita pela Consultoria Legislativa da Casa, é o de que os fatos elencados no requerimento não têm relação entre si, o que seria vedado pela legislação e pelo regimento interno.

O presidente do Senado disse que deve tratar da abertura da CPI na sessão desta terça-feira.

Na questão de ordem que será levantada pelo PT, os senadores da sigla alegam que o único objetivo da oposição ao pedir a investigação de fatos desconexos é realizar uma “devassa” na empresa.

Os petistas alegam que seria necessário pedir a abertura de quatro CPIs diferentes para apurar os quatro eventos distintos citados pela oposição: a compra da refinaria de Pasadena, o pagamento de propina a funcionários da estatal, irregularidades em plataformas e o superfaturamento de refinarias.

Caso o argumento seja rejeitado por Renan Calheiros, os petistas já têm um plano B.

Está pronto nos gabinetes de senadores do PT um pedido de instalação de uma outra CPI, só no Senado, que pede a investigação das quatro suspeitas de irregularidades da Petrobras já mencionadas pela oposição, mas também da construção da refinaria de Abreu e Lima (PE) e da formação de cartel em contratos do metrô de São Paulo.

Os petistas acreditam que, com essas duas propostas, Renan e a oposição ficariam “emparedados”. Se o pedido de impugnação for rejeitado, o Senado seria forçado a aceitar a abertura de uma nova CPI com “fatos desconexos”.

Além disso, ao manter o pedido de investigação da Petrobras, os senadores de oposição seriam pressionados a assinar o novo pedido de investigação –que pode atingir Eduardo Campos (PSB), pela inclusão da refinaria de Pernambuco, e o PSDB de Aécio Neves, pela apuração do cartel em governos tucanos em São Paulo.