Para sair das cordas, Temer regionaliza propaganda de dois anos de governo

Não fale em crise… O governo entrou na fase final da seleção dos dados que serão alardeados nas propagandas que vão marcar os dois anos da gestão de Michel Temer. O Planalto decidiu fazer versões segmentadas das peças, destacando pontos para o Nordeste e também para setores específicos da economia, como o agronegócio. A ofensiva publicitária é uma nova tentativa de tirar a popularidade do emedebista das cordas a dois meses das convenções que vão definir os candidatos à Presidência.

Quem conta um conto Aos eleitores nordestinos, o governo pretende alardear a finalização do trecho leste da transposição do rio São Francisco e os números do Bolsa Família. O discurso para os produtores rurais vai enfatizar as safras recordes recentes.

Que te quero verde Os ambientalistas também estão na mira da publicidade governista. No recorte sugerido pela equipe de comunicação, a propaganda deve dizer que Temer entregou mais quilômetros quadrados de unidades de conservação do que seus antecessores somados.

Por que não eu? O resultado de pesquisa qualitativa encomendada por um figurão que tenta se viabilizar como candidato do centro deixou os assessores dele exasperados. Direcionada para apontar qualidades que poderiam viabilizar um nome em SP e no Nordeste, a enquete apontou Joaquim Barbosa como o ideal.

Luvas de pelica Mesmo os entusiastas da definição de uma alternativa a Lula acharam que Jaques Wagner (BA) errou a mão ao explicitar ser a favor da composição de uma chapa com Ciro Gomes (PDT). O momento do ex-presidente, que está preso, sugere mais sensibilidade, dizem seus aliados.

Tête-à-tête Ao receber sinalização de que seria autorizada pela PF a visitar Lula em sua cela nesta quinta (3), Gleisi Hoffmann, presidente do PT, avisou que gostaria de levar Jaques para a reunião.

Abre-alas O governador Fernando Pimentel (PT-MG) deve se reunir com Gleisi para discutir sua chapa à reeleição. O movimento ocorre em meio à suspensão de seu impeachment e deve ampliar a pressão para que Dilma Rousseff seja candidata à Câmara, abrindo espaço ao MDB.

O que é isso, companheiro? O relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, foi interpelado por diversos amigos e apoiadores de longa data sobre sua posição no julgamento do habeas corpus de Lula. Como ele reage? “Masca chicletes”, ironiza um dos interlocutores. “Diz que tem seguido sua convicção e só.”

O que me cabe Num balanço sobre a restrição do foro privilegiado, integrantes da cúpula da PF avaliam que a medida não dará celeridade às apurações mas, do ponto de vista da investigação, é benéfica porque reduz o número de casos atrelados ao STF –e à sensibilidade inerente ao tribunal.

Jogada casada Aliados de Antonio Palocci calculam que a delação do ex-petista deve ser homologada em até duas semanas. Eles apostam no acolhimento parcial dos relatos pelo TRF-4, num movimento acordado com o Ministério Público Federal.

Lá e cá A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo (PT-PR) conseguiu travar o avanço de uma ação em que o petista é réu na Justiça Federal de SP até que o STF decida em que foro ele vai responder pela acusação de organização criminosa.

Lá e cá 2 Bernardo é alvo da Lava Jato em SP mas também é citado em caso correlato no Supremo. Seus advogados alegaram que ele poderia ser alvo de dupla acusação e o juiz resolveu apartar seu caso dos demais e esperar posição da corte superior.

Visita à Folha Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa, visitou a Folha nesta quarta-feira (2). Estava acompanhado de Renato Rodrigues, chefe da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da empresa pública, e Jorge Duarte, assessor.


TIROTEIO

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