Em nova carta escrita na prisão, Lula acusa Moro de desacatar o Supremo
O despacho dele “Fiquei perplexo ao saber que o Moro e o Ministério Público não vão cumprir a determinação do STF”. A frase foi escrita pelo ex-presidente Lula na prisão, em carta à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. O petista se mostra indignado com a decisão do juiz Sergio Moro de manter sob sua jurisdição ações penais que têm o ex-presidente como alvo. “Que país é esse em que uma instância inferior desacata a superior, em que um juiz de primeira instância desacata os ministros da suprema corte?”
Meu tempo A mensagem de Lula chegou às mãos de Gleisi na sexta-feira (27), um dia depois de Moro informar que preferia aguardar a publicação de acórdão do STF para só então deliberar sobre a eventual remessa de processos contra Lula para a Justiça Federal em São Paulo.
Cabo de guerra O PT se insurgiu contra a decisão do juiz de Curitiba, que tem o suporte da força-tarefa da Lava Jato. Para os investigadores, as ações penais se sustentam em provas que vão muito além dos relatos de delatores da Odebrecht que são o objeto específico da decisão do STF.
Pingos nos is Em outro trecho da carta, Lula tenta acabar com as especulações de que estaria abrindo espaço para o lançamento de nova candidatura à Presidência pelo PT: “Quando falei para o diretório agir com liberdade era pra evitar ideia de que o partido é refém do Lula. Só isso”.
Bom companheiro Rompido com o governo Michel Temer desde o ano passado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) diz que pedirá autorização à Justiça para visitar Lula em sua cela na Superintendência da PF, em Curitiba.
Que fase Está marcado para quinta (3) o julgamento no TSE que pode cassar Ary Vanazzi, prefeito de São Leopoldo (RS), hoje a maior cidade governada pelo PT no país.
Pensando bem Gilmar Mendes votou pela cassação do petista, mas o julgamento foi interrompido por solicitação da relatora, Rosa Weber. A ministra pediu tempo para revisar decisão anterior em que ela mesma liberou Vanazzi para assumir o cargo.
Devagar com o andor Integrantes da cúpula do DEM têm demonstrado insatisfação com o que consideram um ataque especulativo precoce do PSDB contra a pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao Palácio do Planalto.
Santo de barro Dirigentes do partido dizem que Maia tem o direito de rodar o país para divulgar suas ideias e tem um cronograma a cumprir. Não há bloqueio a conversas no futuro, mas o DEM quer combater a tese de que o deputado deveria abrir espaço desde já para fortalecer o tucano Geraldo Alckmin.
Torcendo o nariz Causou forte contrariedade entre empresários paulistas a decisão do governador Márcio França de transferir da Secretaria da Fazenda para a do Planejamento a Desenvolve SP, agência de fomento de negócios.
Descurtiram 1 Políticos que negociam adesão à candidatura de João Doria (PSDB) ao governo de São Paulo acompanham com certa apreensão a queda no número de seguidores do ex-prefeito nas redes sociais.
Descurtiram 2 Um dos dirigentes partidários que negociam com o tucano faz as contas: Doria já teve 742 mil seguidores no Instagram, está com 737 mil agora e está perdendo cerca de mil admiradores por semana na rede social.
Lado bom da vida O apresentador José Luiz Datena avisou o DEM que topa ser candidato ao Senado em São Paulo sem piscar, mas não cogita concorrer a deputado federal. A sigla discorda. Acha que, com jeitinho, consegue fazê-lo ver vantagens na Câmara.
TIROTEIO
“Temer não deveria se irritar: sempre poderá sensibilizar os de coração mole dizendo que foi só um pai de família exemplar”
Do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), sobre a reação do presidente à suspeita de que lavou dinheiro com imóveis que doou a parentes
CONTRAPONTO
Tropa de elite
A ascensão de Joaquim Barbosa (PSB) ao primeiro pelotão da disputa presidencial tornou-se assunto tão frequente nas rodas de políticos que virou até piada. No plenário da Câmara, Silvio Costa (Avante-PE) começou a desenhar o primeiro escalão de um governo capitaneado pelo ex-presidente do STF.
—Vai ser Sergio Moro na Casa Civil e Marcelo Bretas na Articulação Política. Aí o deputado chega lá e pergunta: ‘Cadê minhas emendas?’ E vai ouvir: ‘O quê? Algemas?’