Aliados de Maia tentam ressuscitar imposto sindical em comissão esvaziada

Painel

Nada vai mudar Partidos que animaram o lançamento da candidatura presidencial de Rodrigo Maia (DEM-RJ) há uma semana se uniram para fazer de um ex-sindicalista relator da comissão criada para rever algumas das mudanças aprovadas na legislação trabalhista no ano passado. O movimento dos aliados do presidente da Câmara provocou contrariedade na base governista, que teme ver desfigurada a reforma patrocinada por Michel Temer (MDB). O mais provável é que tudo fique como está.

Ficou tarde O objetivo da comissão é analisar medida provisória editada por Temer com ajustes na legislação. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), levou quatro meses para instalar a comissão. Se ela não concluir seu trabalho até maio, a medida perderá a validade.

Causa própria Solidariedade e PP indicaram como relator o deputado Bebeto (PSB-BA), ligado ao sindicato dos trabalhadores da construção pesada na Bahia. Ele defende a criação de uma contribuição para substituir o extinto imposto sindical, entre outras mudanças.

Pode esquecer Defensores da reforma ameaçam esvaziar a comissão, deixando a medida provisória caducar. Líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) disse a empresários do setor de construção nesta quarta (14) que não há a menor chance de o imposto sindical ser ressuscitado.

À moda da casa Maia irá a Catolé do Rocha (PB), cidade natal de seu pai, para estrear no papel de presidenciável. Subirá no palanque prometendo que não mexerá no Bolsa Família: “Só para melhorar, para aprimorar. O que estiver falho, conserta. O que estiver bom, melhora”.


Roupa nova Aliados dizem que Maia buscará o mesmo efeito alcançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994, quando se lançou candidato pela primeira vez. FHC provou buchada de bode e andou de jegue em sua viagem pelo Nordeste.

Você primeiro A impressão entre integrantes do STF é que somente um movimento conjunto dos ministros mais antigos poderia vencer a resistência da presidente do tribunal, Cármen Lúcia, a pautar as ações que discutem as prisões após condenação em segunda instância.

Frente unida Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli são a favor de mudanças na orientação da corte. Para o grupo, o ministro Edson Fachin deveria insistir com Cármen para que seja julgado o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ela avisou Presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) diz que só apareceu de surpresa no STF para fazer seu apelo em favor de Lula, há duas semanas, após esperar por alguns dias resposta a um pedido de audiência com a presidente do tribunal e ser ignorada.

Até o fim O presidente Michel Temer recorreu da decisão da Justiça que rejeitou seu pedido para que o empresário Joesley Batista fosse condenado a pagar R$ 600 mil por danos morais por causa das acusações que fez a ele no ano passado.

Grama do vizinho A Anamatra, associação que representa os juízes trabalhistas, pediu a Cármen Lúcia que paute o julgamento de três ações que questionam a legalidade de benefícios pagos a juízes e procuradores estaduais, junto com a ação que poderá levar à extinção do auxílio-moradia.

Papel passado O Palácio do Planalto organiza eventos simultâneos em seis estados na sexta (16) para entrega de títulos de regularização fundiária em áreas rurais e urbanas. Temer participará do evento em Caraguatatuba, no litoral paulista. O governo promete entregar 90 mil títulos até o fim de março.


TIROTEIO

Qualquer cidadão pode pedir o impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Entre pedir e obter resultado, vai um abismo.

DO EX-PRESIDENTE DO STF CARLOS VELLOSO, sobre Carlos Marun (Secretaria de Governo), que sugeriu o impedimento do ministro Luís Roberto Barroso.


CONTRAPONTO

Neutralidade no gramado

Antes da abertura da reunião do Fórum Econômico Mundial em São Paulo, nesta quarta (14), o presidente Michel Temer, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria conversaram sobre futebol numa sala reservada com o criador do fórum, o alemão Klaus Schwab.
Temer provocou o anfitrião:

— Já que Pelé será homenageado no evento, isso quer dizer que o senhor vai torcer pelo Brasil na Copa?

Schwab, que mora na Suíça, primeiro país que a seleção brasileira enfrentará na Copa, respondeu brincando:

— Moro na Suíça, nasci na Alemanha e gosto muito do Brasil. Vou torcer pelo fair play!

RICARDO BALTHAZAR (interino), com THAIS ARBEX e JULIA CHAIB