Aliados de Lula sugerem pressão sobre Fachin para STF julgar habeas corpus
Empurra que vai Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriram que sua defesa envie ao ministro Edson Fachin nova petição, defendendo urgência na análise do habeas corpus que o petista apresentou ao Supremo Tribunal Federal para evitar a prisão. Concluíram que não adianta insistir com a presidente do STF, Cármen Lúcia, que nem sequer aceita receber os advogados em audiência. Por isso o PT começou a buscar maneiras de convencer o relator da Lava Jato a romper o impasse.
Você primeiro Nos últimos dias, Fachin indicou que não está disposto a constranger Carmen provocando-a diretamente em plenário para que coloque em julgamento o habeas corpus de Lula, ou uma das ações que podem provocar mudança na orientação sobre prisões em segunda instância.
Até o fim Em conversa recente com um dirigente de uma sigla de esquerda, Lula disse que espera o pior do seu calvário jurídico, mas afirmou que manterá sua candidatura presidencial mesmo se for preso.
No jogo O ex-presidente também expressou confiança na sua capacidade de transferir votos para outro nome se for preso ou impedido pela Justiça e não chegar às urnas.
Ombro Pré-candidata ao governo do Maranhão, Roseana Sarney (MDB) defendeu Lula nesta sexta (9) num palanque no interior do estado. “Não concordo com o que estão fazendo”, discursou. “Ele não fez essa coisa toda para estar nessa confusão.”
Contra eles No esforço para convencer outros partidos a apoiar a candidatura do governador Geraldo Alckmin, a direção do PSDB tem argumentado que a unidade do centro seria a melhor forma de se contrapor a uma polarização entre o PT e o deputado Jair Bolsonaro (PSL).
Náufragos Os dirigentes tucanos dizem que a fragmentação desse campo, com muitas candidaturas defendendo ideias parecidas, deixará o centro a ver navios.
A casa é sua Bem relacionado com os donos das grandes empreiteiras desde a época em que dirigiu a economia do país, na ditadura militar, o ex-ministro Delfim Netto continuou frequentando as empresas para discutir política e economia com seus acionistas até recentemente.
Troca de lado A disputa pela usina de Belo Monte opôs Delfim e os barões do setor. Ao montar o consórcio vencedor do leilão, formado por empresas menores, ele contrariou interesses das grandes construtoras, que depois foram chamadas a pagar pelos serviços de Delfim ao consórcio.
Questão de foro A delação do ex-diretor da Andrade Gutierrez que revelou o envolvimento de Delfim com o leilão é de 2016, mas demorou para produzir consequências porque estava anexada a um inquérito do Supremo Tribunal Federal e só chegou a Curitiba neste ano.
Operação padrão Juízes federais que aderirem ao dia de protesto pelo auxílio-moradia da categoria, convocado para quinta (15), vão parar de trabalhar, mas não deixarão de analisar casos urgentes, como petições de réus presos, segundo os organizadores do movimento.
Cartas na mesa A equipe econômica acha que a guerra comercial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, nesta semana poderá contribuir para reativar as negociações do acordo comercial que o Brasil discute há mais de 20 anos com a União Europeia, além de estimular conversas com outros parceiros.
Visita à Folha Décio Amaral, presidente da Camargo Corrêa Infra, visitou a Folha nesta sexta (9). Estava acompanhado de Robson Campos, diretor financeiro, Débora Pratali, diretora da Jeffrey Group, e Samy Charanek, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Não se pode desconsiderar que os atingidos pela execução de pena após segunda instância são, quase sempre, pobres esquecidos nas prisões.
DE CARLOS EDUARDO BARBOSA PAZ, chefe da Defensoria Pública da União, sobre a resistência do Supremo Tribunal Federal em rediscutir o assunto.
CONTRAPONTO
Medalha para a persistência
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), distribuiu na quarta (7) diplomas a 26 parlamentares que participaram da Assembleia Constituinte de 1987-1988, em homenagem pelo Dia Internacional da Mulher.
Quando chegou a vez da senadora Lídice da Mata (PC do B-BA), o emedebista resolveu brincar.
— Lídice apresentou 196 emendas e teve 32 aprovadas naquela ocasião — disse. — Se eu tivesse sido presidente [da Constituinte], ela teria todas aprovadas, porque eu não ia aguentá-la aqui no meu ouvido todos os dias!
Para evitar qualquer mal-estar, Eunício emendou:
— Brincadeira, minha querida!
RICARDO BALTHAZAR (interino), com THAIS ARBEX e JULIA CHAIB
Erramos: o texto foi alterado
A senadora Lídice da Mata (BA) é do PSB, e não do PC do B, como informado em versão anterior da nota "Medalha para a persistência". O texto foi corrigido.