Após Serra anunciar que não disputará eleições, aliados do tucano se aproximam de Márcio França

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Sujeito oculto Depois que José Serra (SP) anunciou que não seria candidato neste ano, aliados do senador tucano fizeram um movimento inusitado: aproximaram-se do vice-governador de SP, Márcio França (PSB). Os acenos ocorrem no momento em que o prefeito João Doria se consolida como opção do PSDB para disputar com França o governo do Estado. O gesto tem potencial para rachar não só o tucanato, como também para arrastar nomes do PSD para a órbita do pessebista.

Raridade França foi assunto de uma conversa recente entre Serra e deputados federais. No encontro, o senador –que não é dado a elogios– disse ter ficado impressionado com os relatos sobre a capacidade de articulação do vice de Geraldo Alckmin.

Chega mais Amigo de Serra, Andrea Matarazzo (PSD-SP) almoçou com França nesta semana. O pessebista também vem colhendo apoios em outros partidos. Está em conversas com o PRB e até com tucanos que são muito próximos a Alckmin, como o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.

Tempo urge A cúpula do PRB esteve com Alckmin nesta sexta (26) para falar sobre a eleição presidencial. O governador tenta atrair apoios antes que outros nomes de centro se apresentem de maneira enfática para a disputa.

Canto da sereia O encontro aconteceu a pedido de Alckmin, que ligou para o presidente do PRB, Marcos Pereira, no início deste mês. Segundo relatos, o governador foi explícito e disse que quer a sigla em seu palanque.

Retomada O ministro da articulação política do governo, Carlos Marun, se reunirá no início da próxima semana com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os líderes da base aliada para retomar as discussões sobre a reforma da Previdência.

Fim do túnel Marun vai reiterar o discurso de que uma candidatura de centro ao Planalto só será viável e se fortalecerá com a melhora da economia. O Planalto apresentará a aprovação das mudanças nas regras de aposentadoria como vetor desse caminho.

O limite da honra O ministro vai formalizar a disposição do governo em fazer ajustes no texto. Intocáveis, diz, só a idade mínima e a adoção de um regime geral para os setores público e privado.

Luto oficial A direção do PT decidiu que este ano não haverá comemoração do aniversário da sigla. O partido completará 38 anos no dia 10 de fevereiro. Em meio “à ofensiva do Judiciário contra Lula, não há nada para comemorar”, dizem petistas.


Ao que importa A sigla só promoverá um grande ato em 19 de fevereiro, quando o ex-presidente vai apresentar sua nova versão da carta ao povo brasileiro.

Teu passado… Ricardo Leite, o juiz que autorizou a apreensão do passaporte de Lula, é figura polêmica. Em 2015, a força-tarefa do MPF na Operação Zelotes pediu que ele fosse afastado do caso por considerá-lo parcial.

Casca de banana Procuradores criticaram nos grupos do Ministério Público os colegas que solicitaram a apreensão do documento de Lula. Mesmo investigadores que haviam celebrado a sentença do TRF-4 se opuseram à medida, classificada como “inesperada e inoportuna”.

Sem fronteiras A avaliação é a de que o MPF em Brasília atravessou competência da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, seção que atua na investigação do tríplex e que não pediu o recolhimento do passaporte do ex-presidente.

Dia D Comandante do PTB, Roberto Jefferson está preocupado com o fim do recesso. Teme que a volta dos deputados amplie a pressão pela indicação de outro nome do partido para o Ministério do Trabalho, em substituição ao de Cristiane Brasil.


TIROTEIO

Foi um exagero. Se o Lula foge para qualquer lugar, em menos de 24 horas o mundo todo sabe onde ele está. Óbvio que não faria isso.

DE IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, criticando a decisão da Justiça Federal no DF de proibir o petista de sair do país ordenando a apreensão de seu passaporte.


CONTRAPONTO

Penetra bom de bico 

Carlos Amastha (PSB-TO), de Palmas, assumiu interinamente a presidência da Frente Nacional de Prefeitos em uma cerimônia no último dia 10. Presidente do PTB, partido que integra o governo de seu município, Roberto Jefferson prestigiou o evento.

Durante seu discurso, o petebista exaltou a vice-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), que assumirá a capital de Tocantins em abril, quando Amastha deixará o cargo para concorrer ao governo local. Diante de tantos elogios a ela, o pessebista decidiu intervir:

— Deixa eu te interromper só porque quem está assumindo aqui sou eu, não ela!