Por Maia, DEM quer discurso de segurança ‘nem próximo de Bolsonaro nem da passividade do PT’
Nem lá nem cá O documento que será apresentado pelo DEM em sua convenção trará o esboço das bandeiras de uma possível candidatura presidencial de Rodrigo Maia. O texto está baseado no tripé das agendas econômica, social e de segurança pública. Os democratas defenderão “rigor no combate ao crime e à violência”. A preocupação agora é modular o discurso para que ele não fique, segundo dirigentes da sigla, “nem próximo de Bolsonaro nem da permissividade e passividade do PT”.
Caminho do meio Uma ala do DEM afirma que o documento tem que deixar claro que o PT “transformou a bandeira da defesa dos direitos humanos em defesa dos bandidos”. Outra diz que o partido não pode correr o risco de se aproximar do “extremismo de Jair Bolsonaro”.
Público alvo O DEM mira o eleitor de classe média. O bloco da temática social destacará ações na educação, área cujo ministério é comandado por Mendonça Filho. O partido dirá que, graças à gestão democrata, o país tem hoje um novo ensino médio, aprovado por mais de 70% da população. Na economia, o foco é o empreendedorismo.
Tempo a favor Caciques do DEM trabalham para adiar mais uma vez a convenção da sigla, prevista para 28 de fevereiro. Defendem que seja em 8 de março, mais próximo da janela partidária e da definição das candidaturas presidenciais. Maia será lançado ao Planalto no ato.
Em massa O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, propôs ao colega Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) que o governo elabore um material didático sobre a reforma da Previdência para ser distribuído em toda a cadeia de varejo do país.
No balcão Moreira topou. A ideia é que o material fique disponível em grandes redes de farmácias e supermercados, por exemplo, e explique à população de forma clara a necessidade das mudanças nas regras de aposentadoria. Baldy procurará entidades do setor para pedir apoio na divulgação.
Para a plateia Para não desagradar o PR de Valdemar Costa Neto, o governo Michel Temer pediu que a AGU recorresse da decisão do TCU de suspender a realização de voos estaduais no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. A ofensiva contraria declarações de integrantes do Planalto que, até então, davam o impasse como resolvido pelo tribunal de contas.
Meu negócio A Infraero, alvo de forte influência de Valdemar, também recorreu da decisão com um agravo. A AGU optou por um embargo, instrumento considerado inusitado para o caso.
Conte comigo Em meio ao debate sobre a possível entrada de Guilherme Boulos na corrida presidencial deste ano, o MTST decidiu, em encontro neste fim de semana, estar em peso nas manifestações em defesa da candidatura de Lula.
Vem, gente O PR anuncia nesta segunda (15) que estará com o PSB do vice-governador Márcio França na disputa pela sucessão de Geraldo Alckmin em SP. Na sexta (19), será a vez do Solidariedade de Paulinho da Força, e no sábado (20), do Pros.
Meia volta, volver Depois de afirmar que França deve ser visto como opção pelo PSDB na disputa pelo governo paulista, o secretário de Desenvolvimento Social de Alckmin, o tucano Floriano Pesaro, mudou de tom em nota à coluna: “Márcio França é um player importante, mas é natural que o PSDB tenha um candidato próprio”.
Recordar é viver Pesaro declarou esta semana ao “Jornal da Orla”, de Peruíbe (SP), que o ideal é que Alckmin tenha um único palanque em SP. “O fato de ser o Márcio não significa que nós estaremos abrindo mão do nosso legado e do nosso futuro.” Procurado na sexta (12), o secretário confirmou a autenticidade da entrevista.
TIROTEIO
O presidente do TRF-4 muda o foco e cria uma cortina de fumaça para fugir da questão central: não há provas para condenar Lula.
DE GLEISI HOFFMANN, presidente do PT, sobre a conversa entre o desembargador e a presidente do STF, Cármen Lúcia, sobre a segurança no julgamento do petista.
CONTRAPONTO
Antes ele do que eu…
Ao assumir o governo do Rio Grande do Sul, em 1959, Leonel Brizola manteve no cargo o tesoureiro da gestão anterior. Na época, o ocupante do posto era encarregado do dinheiro para gastos com pequenas compras e afazeres diários. O gestor dos recursos era do Partido Libertador. O PTB, que era o partido de Brizola, reclamou, conta Paulo de Tarso Riccordi no livro “Tenho Dito!” (1984).
O governador acalmou os correligionários:
— Deixem o homem. É honesto e eficiente. E se deixar de ser, botamos na rua com o maior barulho e desmoralizamos o partido dele. Imagina se eu boto ali um dos nossos e ele mete a mão no dinheiro?