Preocupado com conflito, PT escala comitiva de advogados para auxiliar militância em ato pró-Lula

Painel

Sentido! O PT escalou uma comitiva de advogados para dar respaldo à militância que vai acompanhar o julgamento de Lula pelo TRF-4, em Porto Alegre, no dia 24. Os defensores vão ficar de prontidão para oferecer suporte jurídico no caso de confrontos ou prisões. A decisão revela a preocupação de dirigentes do PT e dos movimentos de esquerda com o que eles têm chamado de “reação radicalizada” da base do partido à possível condenação do ex-presidente na segunda instância.

Lavo as mãos As cúpulas do PT e dos movimentos de esquerda têm feito apelos para que os atos sejam pacíficos, mas admitem que o clima de revolta pode tornar a massa incontrolável. Sedes do Poder Judiciário e de meios de comunicação são vistos como potenciais alvos de ataques.

Palavras mágicas A aparição de Luciano Huck no programa do Faustão, uma das maiores audiências da TV aberta, voltou a empolgar setores do empresariado que já tinham desistido de sua candidatura. O apresentador falou de política e voltou a dizer que, “neste momento”, não pensa em disputar o Planalto.

Brasil profundo O simples fato de falar em um programa popular sobre as especulações em torno de seu nome muda o patamar da articulação de Huck. Até domingo (7), o cidadão que não lê jornais nem internet e só se informa pela TV não sabia que ele estava entre os presidenciáveis. Agora sabe.

Avant-première O próprio apresentador ressaltou esse aspecto durante sua conversa com Fausto Silva. Foi o dono do “Domingão” quem o citou como presidenciável. “Eu nunca falei disso na televisão”, Huck respondeu.

Na ponta da língua O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) definiu uma linha de discurso para responder àqueles que o pressionam a não se colocar como candidato à Presidência para preservar a economia.

Aposta certa Questionado por investidores, Meirelles disse, primeiro, que não se lançará na corrida eleitoral sem sentir que há chance real de sucesso.

Risco futuro Depois, fez um lembrete: o mercado não está preocupado com a condução da economia neste ano, segundo ele, equacionada, e sim com quem será presidente em 2019.

A bola é minha O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, revogou portaria de seu antecessor, Bruno Araújo (PSDB), que autorizou a contratação de 55 mil unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

Estava escrito Anunciado pelo tucano em novembro de 2017, o ato foi mal recebido nos partidos da base de Michel Temer. Houve reclamação de que Araújo teria beneficiado cidades governadas por correligionários. A justificativa de Baldy para desfazer a portaria do antecessor, porém, foi “ineficiência”.

Para ontem Técnicos das Cidades apontaram que parte das unidades anunciadas em novembro nem sequer tinha celebrado contrato com a Caixa, por falta de projeto ou licença. A ideia agora é priorizar propostas mais adiantadas. Baldy deu prazo de 30 dias para a contratação das novas selecionadas.

Hora da verdade O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fechou um calendário de ação pela aprovação da reforma da Previdência. Começará a mobilizar deputados da base na última semana de janeiro. Só depois de finalizar as consultas vai fazer um raio-x sobre as chances de a proposta passar na Casa.


Teste de DNA Maia quer continuar liderando a reforma, o que é visto como obstáculo a Henrique Meirelles. Se o ministro perder a paternidade das mudanças nas regras de aposentadoria para o deputado, há quem avalie que ele perde também cacife para se colocar como o nome da coalizão governista.


TIROTEIO

Tudo é tão fora do padrão nesse processo que não há dúvidas de que o objetivo é impedir a candidatura de Lula. Mas o mundo está vendo!

DO EX-CHANCELER CELSO AMORIM, sobre o julgamento do caso do ex-presidente ter passado à frente de outras sete ações da Lava Jato no TRF-4.


CONTRAPONTO

Dois em um

Em outubro, a Comissão de Minas e Energia começou a debater projeto do deputado Vinicius Carvalho (PRB-SP) que susta efeitos de uma portaria editada pelo ministério responsável pela área. Ao abrir os trabalhos, o presidente do colegiado, Joaquim Passarinho (PSD-PA), concedeu a palavra ao autor da proposta.

— Infelizmente não vou poder participar desta audiência. Sou vice-presidente de outra comissão e o titular está de licença médica. Tenho que ir! Estou buscando o dom da onipresença, mas está difícil! — justificou Carvalho.

— Estamos todos. Aliás, já marquei presença no outro colegiado! — emendou Passarinho.