DEM usará convenção para se firmar nacionalmente; Maia quer ‘falar para o Brasil’

Painel

Hora de semear Se ainda resta dúvida de que o DEM busca ocupar o espaço outrora designado ao PSDB, caciques do partido farão questão de deixar isso claro em sua convenção, dia 14. O ato terá forte caráter nacional. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) pretende falar sobre o que pensa para o Brasil e fazer enfática defesa da reforma da Previdência. A cúpula da sigla vai incluir o deputado na lista de presidenciáveis. Será um recado aos tucanos. Desta vez, o apoio a eles não virá por piloto automático.

Lição de casa Maia trabalha exaustivamente para ampliar o placar a favor das mudanças nas regras de aposentadoria dentro da própria sigla. Quer chegar a 24 votos de um total de 29 deputados.

Chá de camomila Integrantes do DEM avisaram a Geraldo Alckmin (PSDB-SP) que a decisão do partido sobre eventual apoio à candidatura do governador à Presidência não se dará tão cedo.

Dentro para fora Alckmin sabe que o jogo para 2018 será catimbado. Segundo aliados, ele aposta na capacidade de costurar alianças a partir de São Paulo.

Jogada casada José Serra (PSDB-SP) tem uma cartada valiosa para se consolidar como candidato ao governo do Estado. Se ficar com a vaga, leva o PSD de Gilberto Kassab para a órbita do tucanato.

Com quem andas Aliados de Alckmin dizem que a convenção do PSDB recebeu o apoio de diversos partidos e negam qualquer sinal de isolamento. Além de dirigentes do PPS, PSB, PR e PTB, afirmam que nomes do DEM e do PSD prestigiaram o ato.

Com quem andas 2 Os alckmistas contabilizaram a passagem do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) como gesto de apoio da sigla ao tucano. Fraga é vice-presidente para assuntos de segurança pública do DEM.

Mesmo disco Alckmin marcou para quinta (14) a primeira reunião da Executiva do PSDB sob seu comando. A posição do partido em relação à reforma da Previdência está na pauta do encontro.

Vai que é sua Diante da dificuldade de Kassab de ampliar o apoio do PSD à reforma da Previdência, aliados de Michel Temer pediram que Henrique Meirelles (Fazenda) assumisse a missão. Ele recebeu no fim de semana a lista de votos do seu partido.

Espere sentado Relator do processo que apura danos causados por empreiteiras que superfaturaram a obra de Angra 3, o ministro Bruno Dantas, do TCU, derrubou audiência pedida pela Odebrecht para este mês. Só falará com a empresa, que tenta evitar ser declarada inidônea, em 2018.

Testemunhas Assim como a firma baiana, outras empresas que participaram do consórcio para Angra 3 e foram pegas pela Lava Jato têm buscado conversar diretamente com o TCU. Para evitar problemas, os ministros solicitam que os encontros sejam acompanhados por um procurador da corte.

Dobrar a meta Um dos objetivos de Alexandre Baldy no Ministério das Cidades é acelerar a contratação de obras do Minha Casa, Minha Vida. Levantamento feito por auxiliares do ministro revelou que apenas 35% das 25 mil unidades selecionadas em junho de 2017 fecharam contratos com a Caixa Econômica Federal.

Pente-fino Baldy vai pedir a revisão de todos os processos para identificar por que grande parte deles está travada. Há o risco de o ministério reconsiderar a seleção de milhares de unidades se elas não saírem do lugar.

Pelo mundo O PT tenta convencer Lula a fazer um giro internacional no início de 2018. Há convites da Rússia e da China, onde o Partido Comunista Chinês quer recebê-lo. O ex-presidente resiste. Diz que precisa ficar no Brasil para se defender.


TIROTEIO

Há 20 anos acobertando os malfeitos no Metrô e no Rodoanel, ainda tem coragem de apontar o bico para o Lula? É muito descaramento!

DA SENADORA GLEISI HOFFMANN (PR), presidente do PT, sobre o governador Geraldo Alckmin dizer que Lula quer se reeleger para ‘voltar à cena do crime’.


CONTRAPONTO

Minha fama de mau 

Pouco antes do início da convenção do PSDB, no sábado (9), em Brasília, um grupo de tucanos, incluindo o governador Geraldo Alckmin, tomava café da manhã no restaurante do hotel Meliá Brasil 21.

Presidente do diretório do partido em São Paulo, Pedro Tobias disse aos correligionários que bancaria a conta.

Já com o cartão em mãos, o dirigente da legenda recuou do gesto quando o garçom falou o valor.

— Para, para, para! É melhor todo mundo dividir.

Conhecido por ser pão-duro, emendou:

— Achei que tivesse dado R$ 30, mas R$ 140 para um café da manhã não dá para pagar.