Governo não tem interesse em apresentar ou votar proposta de acabar com reeleição
Cavalinho da chuva O PSDB pode até exigir que o governo patrocine o fim da reeleição, mas o Planalto não tem interesse em apresentar, nem em votar, uma proposta de emenda à Constituição nesse sentido. “Com tanto para resolver, vamos nos preocupar em dar sinal inequívoco de que Michel não é candidato em 2018?”, diz um peemedebista. Já o ministro Geddel Vieira Lima, que não chega a falar da PEC, apela para a lógica: “É incompatível aprovar reformas duras e chegar em 2018 bombando”.
Queimou a largada Antecipar em dois anos o debate da sucessão presidencial foi um erro “rudimentar”, diz um influente tucano. “Eu vou botar a minha cara pela reforma da Previdência para eleger o Michel?”, esbraveja.
Rebordosa O lançamento da candidatura do presidente interino tem potencial destrutivo: alimenta desconfianças na base, contamina a agenda de votações e ainda pode ressuscitar no próprio PSDB o apoio à cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE.
Melhor jogar parado O flerte de integrantes do governo Michel Temer com as eleições nacionais de 2018 deve reduzir as chances de o chanceler José Serra migrar do PSDB para o PMDB, caminho por vezes ventilado.
Alto lá Para o Ministério Público Eleitoral, no entanto, a discussão sobre a reeleição esbarra na potencial inelegibilidade de Temer, condenado ao pagamento de multa por uma doação acima do limite legal em 2014. Para o Planalto, a condição ainda é reversível — se necessário, até alterando a lei, segundo um dirigente do PMDB.
Meia volta O novo calendário do impeachment — com a votação final ocorrendo em setembro — levou o presidente interino a reavaliar a possibilidade de ir à cúpula do G20. Auxiliares defendem que ele fique para monitorar o julgamento.
Inimigo íntimo Pela primeira vez desde o afastamento de Dilma, a CUT vai se sentar à mesa de negociação com o governo interino. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço político de Lula, se reunirá com integrantes do Ministério do Trabalho.
Só no sapatinho Apesar do inferno astral, Eduardo Cunha comemorou um feito: segundo interlocutores, gabou-se de ter tirado tudo da residência oficial da presidência da Câmara sem que as câmeras da imprensa notassem.
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