Saída de generais do governo Bolsonaro gera clima de desconfiança e decepção entre militares

Batendo em retirada As sucessivas baixas de militares no governo Bolsonaro tornaram-se tema de debate entre generais. A saída de Santa Rosa da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do general Marcio Velloso Guimarães do comando da Valec apontam, segundo relatos, um ambiente de desconfiança e decepção.

Deixe-me ir A Valec é a estatal encarregada da construção de ferrovias. A amigos, o general alegou divergências com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e queixou-se de falta de autonomia para nomear subordinados e da distribuição de postos a indicados de políticos.

Reposicionamento Pessoas próximas ao ministro dizem desconhecer divergências por cargos, mas reconhecem desentendimentos na gestão. Tarcísio teria incentivado a saída do general para colocar no lugar um “nome de mercado”. O escolhido é Rafael Castello, ex-executivo da Samsung que hoje atua no BNDES.

Para frente que se anda A ideia da Infraestrutura é transformar a Valec numa empresa de fomento ao investimento privado, a exemplo do que o governo quer fazer com a Infraero. Procurado, o ministério não se pronunciou sobre a saída do general Velloso.

Desilusão Quem compartilha as conversas entre oficiais das Forças diz que há certo desencanto com os rumos e os erros do governo –além de críticas às crises criadas pelos filhos do presidente.

Faca e queijo O incômodo dos militares ganha corpo no momento em que o presidente é pressionado por aliados no Congresso a promover uma reforma em sua equipe, trocando até seis ministros e ampliando o espaço destinado a políticos.

Onde vamos? Dirigentes de partidos dizem que, apesar da “enorme boa vontade com a agenda econômica”, falta previsibilidade e norte ao governo.

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